Com o objetivo de preservar a memória de uma das linguagens do teatro, o Lambe-Lambe, as integrantes do grupo brasiliense As Caixeiras Cia de Bonecas criaram um livro sobre a origem do movimento. A obra faz parte do projeto Mistura Geral – Artes Cênicas com fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.
O livro Teatro Lambe-lambe: Uma Parição Brasileira foi escrito por três integrantes da companhia, Amara Hurtado, a moradora do Gaurpa Jirlene Pascoal e Mariana Baeta, em parceria com Denise Di Santos, uma das criadoras da linguagem teatral, e com o jornalista Sérgio Maggio. A obra faz um resgate da história de Denise Di Santos e Ismine Lima, duas mulheres bonequeiras que criaram a iniciativa no Brasil em 1989.
Inquietação
“O livro surge de uma inquietação das Caixeiras Cia de Bonecas, que é a principal companhia do Centro-Oeste, sobre a origem feminina e nordestina do Teatro Lambe-Lambe que estava sendo colocada em risco. Elas sentiam falta de um documento que marcasse esse território na defesa dessa memória. O livro nasce para marcar esse terreno”, revela Maggio. Linguagem complexa, o Teatro Lambe-Lambe apresenta narrativas de três minutos num espaço fisicamente minúsculo – a antiga caixa utilizada pelos fotógrafos lambe-lambe –, com projeções, iluminação, interpretação e técnicas de manipulação de bonecos.
“O artista que conta essa história precisa de precisão, intuição e capacidade de explosão de criatividade. Todo mundo pode fazer teatro, mas nem todo mundo pode fazer o teatro lambe-lambe, porque exige o mergulho na prática de conhecimento de bonecos”, explica o jornalista Sérgio Maggio.
Parte das publicações será distribuída para grupos e bibliotecas, enquanto os demais exemplares estarão à venda pelo valor de R$ 50. Durante o lançamento, além dos livros, os presentes poderão conferir apresentações de lambe-lambe.
Teatro Lambe-lambe: uma parição brasileira
Livro de Amara Hurtado, Denise Di Santos, Jirlene Pascoal, Mariana Baeta e Sérgio Maggio. Editora Bloco B, 154 páginas, R$ 50.