Antes do início da construção do novo hospital, a cidade vai ganhar sua primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que deverá ficar pronta até o segundo semestre de 2023. A previsão é que a obra seja iniciada até fevereiro e o edital para contratação dos serviços até o próximo mês de dezembro. De acordo com informações da Secretaria de Saúde, todo o processo está praticamente pronto, inclusive com os recursos financeiros assegurados pelo Orçamento do GDF. A UPA será construída junto com a da Região da Estrutural e as duas serão do Porte I – inicialmente a UPA do Guará estava prevista para ser do Porte II, de menor capacidade.
“As novas UPAs serão maiores do que as recém-inauguradas. Cada projeto prevê uma área construída de 1,6 mil metros quadrados, ou seja, 400 metros a mais de área construída. O projeto prevê recepções e laboratórios de exames maiores, otimizando o atendimento aos pacientes”, informa o arquiteto do Núcleo de Planejamento de Obras, do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (IGES-DF), Igor Félix. O IGES é responsável pela construção e administração das UPAs, com recursos repassados pelo GDF
As novas UPAs do DF terão quatro consultórios médicos – um destinado a realizar o exame de eletrocardiograma; uma Sala Verde com nove poltronas para aplicar medicação; uma Sala Amarela com sete leitos, sendo um de isolamento, para pacientes que precisam de observação; e uma Sala Vermelha, com dois leitos para pacientes graves; Sala de Radiologia e outras áreas administrativas. O projeto foi idealizado seguindo todas as normas de acessibilidade para pessoas com dificuldades de locomoção.
No centro da cidade
A unidade do Guará será construída na QI 23, ao lado da QE 24, no terreno que pertencia à Caesb. Como é um projeto arquitetônico padrão, como o das Escolas Técnicas, a construção é rápida e pode ficar pronta em até seis meses depois de iniciada a obra.
A Upa não inviabiliza e nem vai interferir nas funções do futuro Hospital da Região Centro-Sul, previsto para ser construído no Guará II (ver reportagem nas páginas 4 e 5). As Upas complementam o atendimento dos hospitais ao fazer os atendimentos de emergência e encaminhamento ao hospital correspondente ao tratamento pedido, conforme o grau de complexidade.
As UPAs funcionam 24 horas todos os dias. Atendem casos de urgências e emergências de clínica médica, como pressão alta, febre alta, sintomas respiratórios como falta de ar, desmaio, convulsão, diarréia aguda, infecção do trato urinário, dor abdominal de moderada a aguda e complicações cardiológicas e neurologistas, como infarto e AVC. Os médicos prestam socorro, prescrevem medicamentos e exames e analisam se é necessário encaminhar os pacientes a um hospital, mantê-lo em observação por 24 horas ou dar alta após o atendimento.
A UPA do Guará terá 1,2 mil metros quadrados, tamanho padrão para o porte e capacidade para receber cerca até 4,5 mil pessoas por mês, ou 150 por dia.
Vizinhos protestam
Enquanto o anúncio da construção da UPA é comemorado pela maior parte da população guaraense, uma parcela é contra se for no terreno reservado. Circula na Internet um abaixo assinado por moradores das QEs 24 e 13 e QI 25, a ser encaminhado ao governo sugerindo que a construção da UPA do Guará seja transferida para o Cave.
“Nós, Moradores do Guará, aceitamos com grande satisfação a construção de uma UPA na cidade para desafogar nosso hospital e dar uma qualidade e agilidade nos atendimentos de emergência de nossa comunidade. Porém, sugerimos que seja feita uma consulta aos moradores sobre a localização da unidade hospitalar, visto que há bastante lugares e ser realizada sua construção, como a área do Cave, no Salão de Múltiplas Funções, que estão abandonadas, ou nas novas quadras que irão ser construídas no Guará”, diz o texto da apresentação do abaixo-assinado.
Ainda de acordo com o texto, “a UPA no centro do Guará, no meio de uma área residencial, vai atrair acúmulo de lixo hospitalar, camelôs, barulho de sirene, trânsito de carros funerários, trânsito intenso de veículos e pessoas, o que, além da perturbação do sossego dos moradores, vai provocar a desvalorização dos imóveis vizinhos”.