O Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha nas alterações e complementações para retomar a licitação dos hospitais do Recanto das Emas (HRE) e o Clínico Ortopédico do Guará (HCO). O processo com as recomendações do Tribunal de Contas (TCDF) chegou nesta segunda-feira (25 de setembro) à Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), que deve publicar o certame em até 30 dias.
“É um total de sete ações, tanto na documentação técnica quanto no edital e na minuta de contrato. A Novacap elaborou o anteprojeto a partir das necessidades da Secretaria de Saúde, vai fazer a licitação, a contratação e acompanhar a obra até ela ser entregue para a pasta”Maruska Holanda, engenheira da Novacap
Serão incluídas informações sobre a estética dos projetos arquitetônicos, as empresas contratadas deverão apresentar os custos unitários dos insumos e da mão de obra, além de desenhos e especificações dos memoriais das obras, entre outras.
“É um total de sete ações, tanto na documentação técnica quanto no edital e na minuta de contrato. A Novacap elaborou o anteprojeto a partir das necessidades da Secretaria de Saúde, vai fazer a licitação, a contratação e acompanhar a obra até ela ser entregue para a pasta”, detalha a engenheira da Novacap, Maruska Holanda.
A construção dos hospitais atende ao regime de contratação integrada. Esse modelo permite a contratação da obra juntamente com o projeto e o fornecimento de instalação de equipamentos de maneira que, ao final, seja possível colocar o hospital em operação por completo. “É mais célere, pois o projeto é detalhado no contrato. A lei permite esse regime para obras complexas e que sugerem inovações e liberdades na metodologia construtiva”, acrescenta Maruska.
“No máximo em 30 dias o processo estará na rua para abrir a licitação. São obras grandes e há previsão de mais dois hospitais, um no Gama e outro em São Sebastião. São quatro hospitais a serem construídos: Guará, Recanto das Emas, Gama e São Sebastião. Também estamos tratando do Hospital Oncológico, que vai continuar a obra e terminar dentro desse governo. É mais um projeto importante”, acrescenta o diretor de Edificações da Novacap, Carlos Alberto Spies.
Conheça as unidades
O Hospital Clínico Ortopédico (HCO), que será construído no terreno da UBS 2, às margens da via contorno do Guará II e ao lado das QEs 17 e 19, terá 160 leitos, sendo 90 ortopédico, 50 clínica para adulto e 20 UTIs adulto. Também haverá centro cirúrgico com seis salas de cirurgia, laboratório de apoio, diagnóstico por imagem e ambulatório.
A área principal da nova unidade de ortopedia será dividida em quatro blocos. O primeiro será destinado a ensino e pesquisa; o segundo, para uma área de circulação; o terceiro será o coração do hospital, onde ficarão o ambulatório, os leitos de internação e o centro cirúrgico; enquanto o quarto bloco abrigará as estruturas de água, energia e esgoto. A construção acolherá ainda auditório, anfiteatro e uma capela, além de estacionamento para os pacientes e funcionários.
Nos mesmos moldes dos projetos hospitalares que o GDF recentemente lançou para o Recanto das Emas, e, em breve, para São Sebastião, o HCO não funcionará no esquema “porta aberta”, ou seja, de demanda espontânea. Ele será referenciado em clínica médica e ortopédica, com especializações em cirurgias eletivas.
O custo inicial seria de R$ 204 milhões, mas a Novacap revisou para R$ 186 milhões, recursos do próprio GDF.
E o atual Hospital do Guará?
A construção do novo hospital, que terá demanda específica para ortopedia, não vai alterar o funcionamento do Hospital Regional do Guará (HRGu), que vai continuar com as mesmas funções de fazer o atendimento emergencial e encaminhar casos mais graves para hospitais especializados da rede pública. Enquanto o Hospital Clínico Ortopédico vai receber apenas pacientes encaminhados pelos hospitais da rede, o Hospital do Guará continuará recebendo pacientes que o procurem, em qualquer situação.
Ideia de Delmasso
O Hospital Clínico Ortopédico é uma derivação do projeto do grande hospital do Guará, idealizado pelo ex-deputado distrital Rodrigo Delmasso, que chegou a destinar emendas parlamentares para a primeira fase da elaboração do projeto. Foi Delmasso quem apresentou a ideia ao então secretário de Saúde, Osnei Sakamoto, e depois convenceu o governador Ibaneis Rocha da necessidade da construção de um grande hospital para atender à Região Centro-Sul da saúde.