Diferente do que às vezes é divulgado, a população do Guará ainda não ultrapassou os 150 mil habitantes, mas está próxima de romper essa quantidade. De acordo com o último levantamento oficial da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD), realizada em 2021 e divulgada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF Codeplan), eram 142 mil habitantes há três anos, mas nesse período a cidade recebeu cerca de 5 mil novos moradores nas quadras novas (QEs 48 a 58) e nas novas projeções verticais entregues. Soma-se também o crescimento vegetativo da população, que é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
Considerando que a população do Guará era de 134 mil habitantes em 2018, esse crescimento tem sido de 10% ao ano em média, mas esse índice pode ser muito maior nos próximos anos (ver reportagem ao lado). Antes de 2018, esse aumento populacional foi acima da média, por causa do boom imobiliário de 2010/2011, quando foram erguidas várias projeções na cidade, que passaram a ser ocupadas a partir de 2013. Porém, por um bom período anterior, a cidade cresceu muito pouco, porque até então não despertava interesse nos grandes investidores imobiliários.
Mais 17 mil eleitores
Outro parâmetro para medir o crescimento do Guará são os dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que contabilizava 107 mil eleitores em 2018 (128 mil na 9ª Zona Eleitoral, que inclui também a Região da Estrutural), que passaram a 113 mil eleitores em 2022 (134 mil na 9ª Zona).
De acordo com o último PDAD de 2021, da população de 142 mil habitantes (sem, contar os 5 mil presumíveis a mais atualmente) 53,7% são do sexo feminino (76 mil) e 46,3% são do sexo masculino. Com 18 anos ou mais são 112 mil, sendo 11 mil cisgêneros e 1.500 transgêneros. A novidade dessa última pesquisa é a pergunta sobre a orientação sexual dos moradores: com 18 anos ou mais: são 111.648 heterossexuais 107.391 (96,2%) lésbicas, gays, bissexuais e outros 4.257 (3,8%).
A idade média da população guaraense é de 36,6 anos. Quanto à origem dos moradores da cidade, 54,9% informaram ter nascido no próprio DF (39%). Para os que não nasceram no DF, o estado mais migrante foi Minas Gerais (20,6% dos entrevistados). Para todos os moradores do DF, o tempo médio de moradia na capital federal é de 27,5 anos, enquanto o tempo médio de moradia da Região do Guará é de 19,1 anos.
A renda média do morador do Guará é de cerca de R$ 4 mil (R$ 3.996 por pessoa). Já a renda domiciliar (todas as pessoas da família que trabalham, é de quase R$ 8 mil (R$ 7.979,00), que resulta em um valor médio por pessoa de R$ 3.678,60.
Entre casas e apartamentos, a Região do Guará tem cerca de 47 mil imóveis residenciais, média de 3,02 moradores por domicílio. Dado que mostra o crescimento vertical da cidade é que a quantidade de apartamentos (57%) superou a quantidade de casas (43%), mas esses números devem mudar na próxima pesquisa por causa da ocupação de cerca de 1.200 novas casas nas QEWS 48 a 58 nos últimos dois anos.
Mais da metade da população adulta tem curso superior completo (56,9%), e entre quem estuda, 68% o fazem na cidade. Quase a totalidade das pessoas tem acesso à internet (96,4%), principalmente pelo celular (95,7%). O automóvel é o meio de transporte mais utilizado (40%), mas quase 25% da população desloca-se a pé pelo Guará.
A pesquisa mostra que Guará é uma cidade bem estruturada, com crescimento natural, sem o boom populacional nos últimos anos, com boa parte de sua população educada principalmente em escolas na própria cidade. A PDAD mostra ainda que boa parte da população guaraense faz suas compras na própria cidade, o que impulsiona a economia local. Ainda assim, 43,8% trabalham no Plano Piloto, contra 36,5% no Guará e 8,9% em Taguatinga.
Além da ocupação das seis novas quadras (QEs 48, 50, 52, 54, 56 e 58), a construção de novos condomínios no Park Sul, a cidade vai receber três grandes setores residenciais nos próximos anos – a QE 60, no terreno conhecido como “Área da Tasa”, entre a QE 46 e o Setor de Motéis, Postos e Concessionárias, o Setor Quaresmeira, entre o Guará Park, a SQB e a EPTG, e ainda o Centro Metropolitano, entre Guará I e II, às margens da futura Avenida das Cidades. A previsão é que sejam ofertadas cerca de 18 mil novas moradias para cerca de 40 a 50 mil habitantes. E não se trata mais de propostas, mas de projetos concretos, porque os estudos para a criação dos novos setores estão bem avançados e alguns prontos para serem lançados.
A QE 60, por exemplo, para onde vão chegar cerca de 8 a 10 mil moradores, está prevista para começar a ser licitada ainda este ano, e o Setor Quaresmeira, entre o Guará Pak, a SQA e a EPTG, no Guará I, que deve receber cerca de 18 mil moradores em construções verticais, no primeiro semestre de 2025, to com o Setor Jóquei, já começou a ser comercializado.
QE 60
As projeções devem atender a uma população de cerca de 8 a 10 mil pessoas, entre a QE 46 e o Setor de Postos, Concessionárias e Motéis, ao lado do Parque Ezechias Heringer, o Parque do Guará. A quadra será 100% vertical, com prédios de até 22,5 metros de altura, ou seja, 6 andares mais pilotis e cobertura. São 107 lotes, sendo 92 deles para uso misto (comercial ou residencial), dois lotes institucionais e 18 lotes para cooperativas habitacionais.
Centro Metropolitano
O projeto do Centro Metropolitano do Guará está atrelado à implantação da Avenida das Cidades, que vai ligar o Plano Piloto a Samambaia, passando pelo meio do Guará, e que terá nas suas margens ocupadas por núcleos habitacionais, para compensar o custo da obra, que será executada através de parceria com a iniciativa privada. Entre esses empreendimentos imobiliários está o Centro Metropolitano do Guará, um conjunto de edificações residenciais e comerciais na faixa hoje ocupada pela linha de transmissão de Furnas, que será toda enterrada. De acordo com o projeto, a previsão é que sejam criadas moradias para cerca de 12 a 15 mil novos moradores somente na parte que divide o Guará I do Guará II.