Edson e MEGR – Amor por contar histórias

Um casal guaraense transformou sua paixão pela leitura e pela educação em um projeto que vem encantando crianças e adultos há oito anos. Edson Cavalcante e Margarete Neres, conhecida como Tia MEGr, são os idealizadores do “Histórias na Praça”, um projeto que fomenta o gosto pelo livro e pela leitura, levando alegria e conhecimento para as praças da região. Tradicionalmente realizado no Lucio Costa, o projeto ganha agora outras quadras do Guará e da Estrutural, ao ser contemplado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC).
Edson é contador de histórias, mediador de leitura, escritor, agente da mala do livro no Programa Mala do Livro, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa- DF. Tia MEGr é professora, também contadora de história, mediadora de leitura, oficineira, brincante e pós-graduada na Arte de Contar Histórias.

Um Encontro
A história de Edson e MEGr começa nos anos 90. Edson, frequentador do Centro André Luiz, participava de um programa de assistência aos fins de semana. Foi em uma dessas atividades em Samambaia, que ele conheceu Margarete, graças a um convite do primo dela para uma festa de aniversário. A conexão entre eles foi imediata, e a paixão compartilhada pela educação e pela contação de histórias logo se tornou um pilar em suas vidas.
Edson foi criado na QI 6 do Guará, onde sua família ainda vive. MEGr também chegou a Brasília pelo Guará, na antiga invasão do IAPI e foi transferida para Ceilândia nos primeiros anos da capital. Quando se conheceram. Edson também se mudou do Guará para Ceilândia. Em 2001, Edson e MEGr mudaram-se para a quadra Lúcio Costa, por meio de um programa de governo que distribuía casas para servidores públicos. “Fomos convidados para o programa de distribuição de casas da Vila Tecnológica”, explica Edson. A mudança marcou o início de um novo capítulo na vida do casal, proporcionando um ambiente propício para a realização de suas ideias. “Eu sempre contei histórias por ser professora e por gostar muito. Atuei principalmente na educação especial e com crianças pequenas”, conta Margarete. Em 2008, o casal decidiu levar a Mala do Livro, um projeto da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, para a sua comunidade. A iniciativa, que começou como uma simples mala cheia de livros, rapidamente se transformou em uma série de eventos culturais.

Para enriquecer ainda mais o projeto, Edson e MEGr tiveram a ideia de incluir a palhaçaria nas atividades, com o palhaços Claudinha Flor de Cacau, Douglas Gomes, Luiz Eduardo, Palhaço Alegria Cadeirante e Palhaço Canudinho, do professor de palhaçaria Cláudio Moraes. “Queríamos trazer ainda mais alegria para as crianças e tornar os eventos mais envolventes”, diz Margarete. A inclusão de elementos cômicos e interativos ajudou a cativar ainda mais o público, tornando as sessões de leitura momentos inesquecíveis para todos os presentes.

O projeto Histórias na Praça nasceu da vontade de Edson e MEGr de compartilhar o poder transformador da leitura com a comunidade. “Quando fomos morar no Lúcio Costa, começamos a organizar atividades de contação de histórias nas praças da região”, explica Edson. “Levávamos nossos filhos e outras crianças para ouvir histórias e participar de eventos culturais.” Com o tempo, o projeto cresceu e se expandiu para o Guará I e II, ganhando a adesão de muitas famílias. A proposta é simples: levar livros, histórias e atividades lúdicas para as praças, promovendo a leitura de forma divertida e acessível.
Agora, o projeto circula pelas praças da cidade com fomento do Fundo de Apoio à Cultura do DF. O projeto não só incentiva o hábito da leitura, mas também fortalece os laços comunitários. “Nosso objetivo sempre foi criar um espaço onde as pessoas pudessem se reunir, compartilhar histórias e experiências”, comenta Edson. “Vimos a transformação nas crianças, que passaram a se interessar mais por livros e a desenvolver o gosto pela leitura.”
Margarete, que está prestes a se aposentar do Jardim de Infância Lúcio Costa, reflete sobre a jornada: “Trabalhei por mais de 20 anos com ensino especial, e encerrar minha carreira com esse projeto é uma realização pessoal. Ver o brilho nos olhos das crianças é a maior recompensa que podemos ter.”