Guará promove etapa regional do 13º Circuito de Ciências

Nessa fase, foram apresentados 28 trabalhos sobre biomas brasileiros; melhores projetos selecionados nas 14 CREs participarão da fase distrital do circuito, em novembro, quando haverá premiação em dinheiro

Guará promove etapa regional do 13º Circuito de Ciências; melhores projetos selecionados participarão da fase distrital do circuito, em novembro, quando os alunos disputarão prêmios em dinheiro por categoria
Guará promove etapa regional do 13º Circuito de Ciências; melhores projetos selecionados participarão da fase distrital do circuito, em novembro, quando os alunos disputarão prêmios em dinheiro por categoria

A etapa regional da 13ª edição do Circuito de Ciências da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) chegou no Guará. O evento, que foi iniciado na terça (17) e segue nesta quarta (18), dá oportunidade para os estudantes apresentarem os melhores projetos científicos da Regional de Ensino do Guará com o tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”. Esta fase do circuito é o momento mais importante das feiras de ciências realizadas nas escolas ao longo do ano letivo.

O evento é realizado na Escola Técnica do Guará e conta com a apresentação de 28 trabalhos inscritos, com propostas de pesquisa criativas e inovadoras, de autoria dos alunos, sob a orientação de seus professores.

Equipe de alunos do CEF 1 do Guará criou o Aplicativo de Mapeamento de Árvores Frutíferas

“No Circuito de Ciências, pode-se ver a compreensão dos estudantes de tudo que envolve a ciência e a pesquisa. Toda criança é curiosa e a ciência estimula isso, o conhecimento, o experimento, o criar, o imaginar”, destacou a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, que visita as etapas regionais do circuito para conhecer os trabalhos de diversas escolas.

Hélvia se declara uma fã do Circuito de Ciências. “Os alunos acabam percebendo que a ciência não é só para cientistas, que a ciência pode ser feita nas escolas. Quanto mais cedo tiverem esse contato e noção, melhor para essas crianças. E temos um prêmio que gera ainda maior desejo deles produzirem projetos mais interessantes”, concluiu.

Os melhores projetos selecionados na etapa regional realizada em todas as 14 coordenações regionais de ensino (CREs) participarão da fase distrital do circuito, em novembro, quando os alunos disputarão prêmios em dinheiro por categoria. As premiações, neste ano patrocinadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), serão de R$ 5 mil para os estudantes dos projetos vencedores de cada uma das categorias e R$ 1 mil para os professores orientadores de cada projeto vencedor.

Avaliação

A banca examinadora, composta por mestres e doutores que não têm vínculo com as escolas, indicam os projetos de cada uma de dez categorias. Paulo César Ribeiro, gestor do Centro Educacional (CED) 1 do Guará até 2023, atualmente aposentado, é um dos avaliadores.

“É uma atividade superimportante o Circuito de Ciências Regional, porque ele acontece primeiro na escola. Desenvolvemos nos estudantes o espírito de pesquisa, a busca do conhecimento, o crescimento, o entendimento do mundo. Eles desenvolvem seu potencial, uma capacidade latente de trazer referências, e os estudos vão colaborar com a comunidade em que eles vivem”, opinou Paulo César.

Transformação

Um dos objetivos do Circuito de Ciência é transformar as escolas em ambientes que promovam a exploração científica e a aprendizagem ativa, com atividades práticas, que aplicam em situações reais os conceitos científicos estudados em sala. Na etapa regional do Guará, são esperados mais de 1.200 visitantes por dia.

A Regional de Ensino do Guará também atende a Estrutural, o SIA e o Setor Habitacional Lúcio Costa. “Os estudantes de todas essas localidades participam do circuito e se envolveram bastante nas pesquisas”, destacou Karine.

A coordenadora da Regional do Guará, Karine Silva Pereira, explica que nessa etapa do 13º Circuito de Ciências o protagonismo dos estudantes é ressaltado. “Os alunos aliaram temas como o bioma do Cerrado com saberes tradicionais falando, por exemplo, sobre o uso de plantas e chás medicinais, o que atende a demandas da comunidade da qual fazem parte, dando um retorno da escola para a sociedade”.

A professora de história do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 4 do Guará, Ilda Chavier, guiou suas alunas no projeto “As ervas medicinais, memórias e identidade de grupo”. Para a docente, foi a oportunidade de aproximar meninas e mulheres da pesquisa. “A ciência ainda é uma área carente do gênero feminino. É um momento muito rico, não só de estudo, de pesquisa, mas de resgate da autoestima das estudantes, tendo em vista que um dos focos do trabalho era conhecer a identidade do povo da Estrutural”, disse Ilda.

A professora aponta que o Circuito gera melhores perspectivas em relação ao futuro, e a participação das alunas como cientistas traz mais protagonismo. A aluna Gabriela Oliveira, 12 anos, gostou de participar do projeto.

“Foi muito legal para mim, não só pelo tema, mas também porque eu nunca tinha feito uma pesquisa fora da escola. E estou muito feliz, também pela busca de saberes do gênero feminino, ao contrário do que às vezes lemos na internet, que mulher só tem que aprender a cuidar da casa. Então é importante que várias meninas estejam participando do Circuito de Ciências”, concluiu Gabriela.

Tecnologia

Todas as 29 escolas e quatro creches da CRE do Guará foram convidadas para expor na etapa regional. Gabriel Lira, professor de Artes do CEF 1 do Guará, orientou seus alunos a criarem o Aplicativo de Mapeamento de Árvores Frutíferas (Amaf). Ele vê o circuito como uma oportunidade de introdução ao mundo da ciência.

“Os alunos já estão tendo essa experiência desde o ensino fundamental, podendo testar, errar e entender exatamente o que podem colocar no trabalho, que de fato vai colaborar com a ciência. Eu vejo com bons olhos a iniciativa, e é muito legal ver o desenvolvimento e o amadurecimento dos alunos”, celebrou o educador.

O projeto Amaf partiu de uma preocupação social e um dos objetivos é proporcionar uma maior diversidade alimentar para a comunidade. O estudante Murilo Mendes, 15 anos, participou da experiência. “O projeto começou na Feira de Ciências como uma ideia, e a tecnologia social é uma área legal da ciência. O Amaf não surgiu pronto, construímos cada etapa, pensando o que seria melhor e como fazer tudo isso. Foi uma experiência incrível. Aprendi sobre árvores que não fazia ideia que existiam”.