Mais de 100 toneladas de entulhos foram recolhidas de terrenos públicos por equipes da Administração Regional do Guará entre segunda e quinta-feira, 23 a 26 de setembro. A ação de prevenção visa eliminar possíveis focos do mosquito da dengue antes do início das chuvas e terá continuidade nos próximos dias. As QE s 20, 05, 52, 19 e o Guará Park estiveram entre os locais que receberam o mutirão.
Materiais volumosos, como móveis velhos e restos de construção civil, propiciam o acúmulo de água, tornando-se verdadeiros criadouros do Aedes aegypti. Por isso, a força-tarefa focou no descarte irregular de resíduos tanto em lotes desocupados quanto em frente às residências, além de áreas verdes espalhadas pela cidade. O trabalho contou com 5 caminhões caçamba e 3 pás mecânicas para o recolhimento dos entulhos e inservíveis.
“Pedimos o apoio da população para que esse trabalho de prevenção também seja executado no interior das residências. Essa conscientização antes do início das chuvas é fundamental para diminuirmos o número de casos na nossa cidade. Afinal, a luta contra a dengue é uma missão de todos”, destaca o administrador em exercício do Guará, José, Manoel Neto.
Trabalho integrado
O trabalho de prevenção contra à dengue no Guará também conta com o apoio da Diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Nesta semana, os profissionais percorreram as residências para orientar os moradores e realizar ações de manejo, como a eliminação de depósitos de água ou a aplicação de larvicida.
No início do período chuvoso, os cuidados são redobrados, pois um único ovo do mosquito Aedes aegypti pode sobreviver até 400 dias sem contato com a água, aguardando apenas o primeiro momento de chuva para eclodir.
A chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental do Guará, Herica Cristina, alerta para a importância da limpeza dos quintais das residências no período antes das chuvas. “Dez minutos podem salvar a sua vida. Previna-se e observe se a sua caixa d’água está tampada, calhas limpas e retire garrafas, latas ou qualquer recipiente que acumule água e sirva de depósito para o mosquito Aedes aegypti. A dengue pode matar. Juntos somos mais fortes!”, ressaltou Herica Cristina.
População pode ajudar
Encontrou resíduos descartados em áreas públicas próximas à sua casa? Você pode fazer uma denúncia pela Ouvidoria do GDF. Basta registrar a ocorrência no Disque 162 ou pelo site ParticipaDF. Não se esqueça de incluir o endereço completo e, se possível, anexar fotos do local.
Dengue aumenta com as chuvas
Diferente do que muitos pensam, a dengue não se manifesta somente no período das chuvas. Na seca também. Mas aumenta bastante no período chuvoso, quando a quantidade de focos é bem maior. Por isso, a população precisa continuar com as medidas preventivas para evitar a proliferação do mosquito transmissor, enquanto o governo continua com as campanhas de conscientização e as medidas sanitárias, como a vacinação e a procura por focos nas residências.
O subsecretário substituto de Vigilância à Saúde, Victor Bertollo, reforça a importância da participação da população nas ações contra a dengue, realizadas o ano inteiro. Além da vacinação disponível para as crianças de 10 a 14 anos, que é a população mais vulnerável em casos mais graves da dengue, Bertollo alerta para a importância da checagem semanal em casa, para barrar o tempo de eclosão dos ovos do Aedes aegypti e interromper a reprodução do mosquito. “O combate à dengue não depende apenas de iniciativas do governo e nem de ações individuais, mas também do engajamento coletivo. Mobilizar a comunidade para eliminar focos do mosquito, participar de mutirões e denunciar locais com água parada são ações fundamentais para evitar surtos”, adverte a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental do Guará, Herica Cristina Marques.
Herica lembra que o Guará viveu o maior surto de dengue de sua história, com 18 mortes pela doença somente este ano e mais de 9 mil casos confirmados na cidade. “E a situação poderia ter sido pior se o governo não tivesse atuado com rigor nas ações de combate ao mosquito transmissor, que incluíram operações de recolhimento de lixo e entulho, multa a moradores que descartavam lixo em locais impróprios”.
Medidas preventivas
O mosquito Aedes aegypti se reproduz em água parada, o que significa que qualquer recipiente, por menor que seja, pode se tornar um criadouro. Vasos de plantas, pneus, garrafas e até mesmo tampinhas de garrafas são locais ideais para o inseto depositar seus ovos. Elimine focos de água parada. Verifique semanalmente sua casa e quintal para eliminar qualquer recipiente que possa acumular água. Mantenha caixas d’água, tonéis e barris bem tampados. Use repelentes. Aplicar repelente nas partes expostas do corpo ajuda a evitar picadas. Reaplique conforme as instruções do fabricante, especialmente se estiver ao ar livre. Proteja a casa. Instale telas em janelas e portas para impedir a entrada de mosquitos. Mosquiteiros sobre as camas também são uma boa opção.