Nascido e criado na QE 11 do Guará I, Diego Pereira de Santana, 45 anos, é um exemplo de dedicação e superação. Atleta de jiu-jitsu há mais de duas décadas, ele acumula uma carreira recheada de títulos, consagrações internacionais e uma forte ligação com suas raízes na cidade.
Diego iniciou seu contato com o jiu-jitsu em 1994, aos 14 anos, mas a prática só se tornou possível em 1998, aos 18 anos, devido aos altos custos da época e à falta de incentivo familiar. “Minha mãe sempre dizia que eu precisava focar nos estudos e no trabalho”, relembra Diego, que encontrou no esporte sua grande paixão e profissão.
Hoje, com 26 anos de experiência, Diego ostenta um currículo de dar inveja. Entre os títulos conquistados estão campeonatos mundiais, europeus, pan-americanos e brasileiros, todos pela IBJJF (Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro), a instituição que controla o esporte no país. O mais recente foi o bicampeonato europeu, conquistado em janeiro, em Portugal, uma vitória que completou seu ciclo de títulos internacionais. “O Europeu era o único título que faltava. Conquistei em 2022 na França e agora repeti a vitória em Portugal. Foram 7 mil atletas no evento, com 22 na minha categoria, onde luto no super pesado (até 100,5 kg), faixa preta Master 3”, explica.
Além do bicampeonato europeu, Diego já venceu o mundial em Las Vegas (2017), o Brasileiro em cinco ocasiões e o Pan-Americano, com e sem quimono, várias vezes. Também carrega no currículo títulos como o Grand Slam de Londres e do Rio de Janeiro e campeão em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Realidade do esporte
Apesar das conquistas, Diego ressalta os desafios financeiros. “A maioria das viagens internacionais é custeada pelo projeto Compete Brasília, um programa da Secretaria de Esporte e Lazer que oferece incentivo aos atletas de ponta do DF, que bancou minhas passagens aéreas. Mas ainda tenho que pagar hospedagem, alimentação e inscrições, que não são baratas. A última foi cerca de R$ 1.300”, conta. Para cobrir esses custos, ele organiza rifas e aulas beneficentes na sua academia Six Blades, no Polo de Moda.
Contribuição local
Além das aulas de jiu-jitsu, a academia de Diego ministra aulas de muay thai. “O jiu-jitsu é uma luta de solo e projeção, enquanto o muay thai é mais voltado para socos e chutes. Ambos têm suas especificidades e atraem diferentes perfis de alunos”, explica. Ele vive exclusivamente do esporte, utilizando sua experiência para formar novos talentos.
Próximos desafios
Após a vitória no Europeu, Diego já se prepara para novos desafios em 2025. O próximo compromisso será o Pan-Americano, em Orlando (EUA), em março, seguido pelo Campeonato Brasileiro, em abril, em Barueri (SP).