Baile da terceira idade no Guará é só alegria e alto astral

Pessoas vêm de outras cidades e consideram este um dos melhores eventos para a quem está na melhor fase da vida

Toda quinta-feira das 14 às 18h a diversão para os idosos do Guará e região está garantida no baile da terceira idade. A tarde dançante é organizada pela Associação dos Idosos do Guará e realizada no CCI (Centro de Convivência do Idoso), próximo ao ginásio do CAVE, Guará 1. Para quem não gosta de dançar, a tarde é recheada de jogos, muita conversa, música ao vivo, comida e até paquera. Aproximadamente 100 idosos frequentam o salão a cada semana.

A Associação dos Idosos foi criada em 1990. No início era um grupo de prevenção e combate à hipertensão e diabetes no posto de saúde, depois o grupo se transformou em associação e desde 1991 se reúne no CCI promovendo diversão, amizade, interação e o convívio entre os idosos. Para se associar ao grupo é necessário ter acima de 55 anos e procurar a presidente Maria do Socorro Rodrigues (telefone 98129-5962) para o cadastro.

“Estou na presidência da Associação há 22 anos, não aparecem pessoas para disputar comigo, mesmo assim fazemos eleições periodicamente como manda o código civil. Acredito que os idosos gostam do meu trabalho e de tudo que faço por nós”, afirma dona Socorro. Além da tarde dançante a associação organiza passeios e viagens. O cadastro é gratuito.

A organização pede uma contribuição de R$ 10 reais na entrada para custear os gastos com o contador e serviços burocráticos da Associação, lanche, cachê do cantor (música ao vivo todo evento), funcionários que organizam o local e servem o lanche, e também da direito ao participante uma cartela de bingo para concorrer a prêmios. Quem não tem condições financeiras de contribuir também pode entrar e participar normalmente (exceto no bingo).

“Tem idosos que vieram frequentar nossa tarde dançante por indicação de psicólogo e outras especialidades médicas que recomendam como uma forma de terapia, de exercício, ou o simples fato de estarem em contato com outros idosos que às vezes passam pelas mesmas dificuldades já ajudam a melhorar a saúde”, ressalta dona Socorro.

Segundo ela, muitos idosos sofrem de solidão, frustração por tentar fazer alguma coisa e não conseguem, dificuldade de locomoção, depressão, problemas financeiros; além de doenças clínicas que precisam de acompanhamento médico, e o fato de estarem juntos compartilhando os mesmos dilemas, dançando, se divertindo, rindo de quem está dançando, batendo papo, cantando, e em alguns casos até dar uma segunda chance para o amor, são fatores positivos para a saúde mental e física. Ela conta que diversos casais se formaram nas tardes dançantes e um deles se casou no salão do CCI.

“Qualquer pessoa acima de 55 anos, está convidada a participar do nosso baile, não precisa obrigatoriamente fazer parte da Associação dos Idosos do Guará, pode vir de qualquer cidade; se tiver dinheiro paga, se não tiver não tem problema, o importante é não ficar em casa sozinho e triste”, conclui a presidente da Associação.

Idosos falam sobre o baile:

Rosália Barbosa e Antônio Ferreira – “Nos conhecemos no baile da terceira idade em 2009, no mesmo ano nos casamos e fizemos questão que a festa fosse aqui no salão. Se não fosse o baile talvez nem teríamos nos conhecido.”

 

Marinete Oliveira – “Venho há oito anos, amo dançar e também fazer amizade. A dança para mim é o exercício para o corpo.”

 

Antônia Aparecida Nonato – “Depois que fiquei viúva me sentia muito sozinha, fiquei uns dois anos em casa, triste, deprimida. Depois que conheci o baile não perco um. Além de dançar, às vezes peço para cantar uma música também. Tenho muitos amigos aqui.”

 

João Pinto Sobrinho – “Sou nordestino e o forró está no meu sangue, dançar é vida! Estou com 70 anos, não venho procurar namorada, só quero dançar. O dia que não tem baile, eu pratico corrida, corro 12km em uma hora, minha saúde é de ferro.”

 

Maria Irene Góes – “Faz mais de 10 anos que frequento o baile no Guará, adoro dançar. Quando não tem homem suficiente no salão a gente dança mulher com mulher mesmo, o importante é não ficar parada.”