HAROALDO BRASIL

Pioneiro do Guará e ex-diretor e ex-presidente da Ceb

Grande parte da nova rede de iluminação pública do Guará – postes e lâmpadas – foram uma deferência de um guaraense que chegou à presidência da CEB e passou toda a sua vida profissional na empresa. Haroaldo pode ser considerado um filho da CEB, tamanha a identificação e o amor dele pela empresa. Pode-se dizer que ele tem duas mães, porque nutre também um amor incondicional pela cidade do Guará, para onde veio em 1971 e onde continua a morar depois de um tempo no Park Way.
Toda essa trajetória de um dos mais entendidos em iluminação pública do DF foi construída em Brasília por acaso. A família estava se preparando para mudar-se de Pedro Afonso (TO), para Belém (PA), quando a mãe faleceu. Os planos tiveram que ser mudados. Uma das irmãs já morava em Brasília, para onde veio a convite de Bernardo Sayão para trabalhar no Hospital JK como enfermeira. Dos 12 irmãos, três vieram acompanhar a irmã, três foram para Goiânia e outro já morava no Rio de Janeiro. O pai ficou tomando conta da fazendinha que a família tinha lá. Era 1961.
Inicialmente, todos foram morar com a irmã, na 410 Sul. Haroaldo foi trabalhar no Departamento de Telefonia e Urbanização (DTUI) que viria a se transformar na Companhia Telefônica de Brasília (Cotelb). Formado em Economia, logo arranjou uma melhor colocação na CEB, onde ficou até aposentar-se em 1995, mas não deixou a empresa.
Sempre com Arruda
Depois de criar a Associação dos Servidores da Ceb (Asceb) e construir o clube dos funcionários, ficou lá como presidente por muitos anos, até ser levado pelo seu colega de trabalho, José Roberto Arruda, para trabalhar com ele na política logo após a aposentadoria. E essa ligação não acabou mais – Haroaldo passou a ser um dos principais coordenadores das campanhas de Arruda para deputado federal, senador e governador. É um dos homens de confiança do ex-governador.
Foi o próprio Arruda que o convenceu a candidatar-se a deputado distrital em 98, mas não foi eleito. Ainda sob a influência do padrinho, foi delegado regional do Trabalho de 99 a 2002. De lá, em 2003 foi ser diretor comercial da Ceb até 2009, quando assumiu a presidência da empresa por três meses. Mesmo fora, Haroaldo continua sendo um dos mais influentes na Ceb, onde é festejado pelos colegas quando vai por lá.
No Guará
Depois do casamento, quando morava com a irmã na 410 Sul, Haroaldo resolveu buscar seu próprio canto, e depois de morar pouco tempo em Planaltina encontrou um bom negócio numa casa na QE 15 do Guará II, onde morou e nasceram seus três filhos. Em 2000, comprou um lote na QE 26 do Park Way, onde construiu uma casa grande para abrigar toda a família. Mas, como acontece com a maioria das famílias, acabou ficando sozinho com a mulher depois que os filhos se debandaram. “Não valia a pena continuar mantendo aquela estrutura toda para apenas duas pessoas”, conta.
A convite de um sobrinho que ajudou a criar, o casal foi morar com ele numa casa grande no Guará Park, em 2016. Mas depois os dois se mudaram para a casa de um dos filhos no Guará I, onde continuam morando, “na maior mordomia”, segundo ele. “Lá, temos tudo à mão e não tenho nenhuma preocupação com a manutenção da casa”, conta, rindo.
Como o pai também viria morar em Brasília, no Gama, dez anos depois, Haroaldo e o irmão Luiz Alberto, que também morava lá, resolveram criar um clube de futebol profissional naquela cidade-satélite. “Sou o sócio fundador número 2 da Sociedade Esportiva do Gama, e o meu irmão o número 1”. Como morava no Guará, e também onde estava o irmão Haroldo, foi ser diretor do Humaitá, time amador que depois viria a se fundir com o Clube de Regatas Guará.
Amante da boa prosa, fez nos bares da cidade inúmeros amigos. “O nosso point era a QE 26, onde frequentávamos dois bares “pé-sujos”, e o bar Carolina, na QE 19. Embora goste de beber com frequência, nunca me excedi”, apressa-se em contar. “A bebida pra mim é um pretexto para manter as amizades”.
Como pioneiro e apaixonado pela cidade, Haroaldo hoje é um crítico do que está acontecendo com o Guará. “Nessa moeda de troca com os deputados distritais, nem sempre são escolhidas pessoas competentes para assumir a Administração Regional. Enquanto tivemos administradores que se destacaram no cargo, como Alírio Neto, Deverson Lettieri e ultimamente André Brandão, o atual ninguém sabe quem é, de onde veio, se tinha experiência. Ou seja, está lá apenas para atender ao seu padrinho político. Por isso a cidade está tão abandonada”, dispara.