O Centro de Artes Marciais Okinawa Dojo José Cícero da Silva, ou melhor, sensei Syrih (Siri) como é conhecido no Guará, no Distrito Federal e mundo afora, está de casa nova. As aulas de karatê aconteciam no estádio do CAVE, depois foram transferidos para o salão de múltiplas funções e agora estão acontecendo em uma sala exclusiva na Escola Técnica do Guará. A instalação recém-construída é ampla, bem iluminada, com ar condicionado, armários para os alunos guardarem objetos pessoais, muito mais confortável para quem acompanha o aluno e para quem treina.
O Centro Okinawa Dojo é uma escola que ensina não somente o karatê como uma luta, mas como uma filosofia de vida. Isso significa que o aluno aprende todas as técnicas e movimentos que fazem parte do karatê, mas aprendem também que uma vida com disciplina, dedicação aos estudos, gratidão, respeito ao próximo, humildade, compromisso e gentileza devem integrar a rotina de um praticante da arte marcial.
Desde 1996, o centro Okinawa Dojo desenvolve um projeto social para alunos da rede pública de educação com idade entre 7 e 12 anos. Antes era restritivo para os moradores do Guará, agora nas novas instalações, que são mais amplas, pode receber muito mais alunos – o projeto foi aberto para alunos de todo o DF. Para fazer parte do Okinawa Dojo, o aluno precisa estar matriculado na rede pública de ensino, ter uma boa média de notas, e não faltar repetidamente aos treinos.
Para quem não estuda na rede pública, não está na faixa etária citada ou já é adulto e deseja se dedicar a essa arte e filosofia de vida, o investimento mensal é de R$ 100 (cem reais). As aulas acontecem nos períodos matutino, vespertino e noturno, para atender a todo o público. A equipe de professores do sensei Syrih é preparada para repassar as técnicas e o conhecimento para os alunos e instrui-los da melhor forma. Para esclarecer possíveis dúvidas ou para maiores informações os contatos são 98261-8223 José Carlos, 99698-9152 Silvio Joab ou 98428-0226 Arquimedes Alexandre.
Intercâmbio com o Japão
Frequentemente, membros da equipe vão ao Japão para estudar, se aperfeiçoar, pesquisar e fortalecer os laços com o país que é considerado o berço da arte marcial ministrada pelos professores do centro Okinawa. “Em Brasília, nenhuma escola tem uma equipe que vá tantas vezes ao Japão como a nossa. Nós temos um diferencial, academia você pode encontrar em qualquer lugar, mas não um dojo como este, Trabalhamos com muita disciplina, passando o conhecimento de geração em geração corretamente”, diz o sensei Syrih.
Átila Botelho Valadares é mãe do pequeno Pedro Henrique Julião da Silva, que tem apenas seis anos de idade e já treina há dois anos com a equipe do professor Syrih. O karatê foi o esporte escolhido porque a irmã do Pedro Henrique, Maria Fernanda, já participa dos treinamentos há cinco anos e incentivou o irmão a praticar também. Maria Fernanda é faixa amarela e participa de todas as competições que acontecem na cidade. “Pedro Henrique se desenvolveu muito depois que começou a treinar karatê, melhorou a timidez, está interagindo melhor com os coleguinhas. Eu acho muito importante a criança começar em um esporte desde cedo”, conta Átila.
Os benefícios
Nas crianças que praticam karatê é fácil observar bons resultados como a melhor socialização, disciplina, condicionamento físico, e, nesse ponto, o professor Syrih faz uma importante colocação: “As crianças estão cada vez mais paradas, quase ninguém pode brincar mais na rua, e mesmo os que vão às vezes levam tablet ou celular para jogar com os amigos, e aqui na escola nós também fazemos essa recreação e apresentamos a elas brincadeiras da minha época que elas nem conheciam e que tem tudo a ver com a arte marcial”. Ele cita a brincadeira “pique-bandeira” que enfatiza o arranque e que também é usado na luta.
Nos adultos os benefícios podem ser ainda maiores. Um dos exemplos é o professor e faixa preta Arquimedes Alexandre, que estava passando por um momento extremamente difícil e levava a filha para as aulas com o professor Syrih. De tanto ser convidado a participar, um dia ele acabou aceitando, e nunca mais parou. “Falando ainda nos benefícios, é possível notar melhora condicionamento físico e mental do adulto e são frequentes os casos de pessoas que tomam remédios fortes e através desta arte marcial conseguiram se livrar da medicação”, explica o professor.