O Kartódromo Ayrton Senna foi a primeira estrutura construída no Centro Administrativo Vivencial e Esportivo do Guará, o Cave. O local receberia depois a sede da Administração Regional, a Feira do Guará, estádio, ginásio, salão de festas, estação do metrô, o Fórum do Guará e outras estruturas. Boa parte deste complexo, especialmente as estruturas voltadas para o esporte estão abandonadas ou subutilizadas. Hoje não geram benefícios à população tampouco ao Estado, e muito menos aos atletas da cidade.
Um destes casos é o Kartódromo Ayrton Senna, mesmo sendo a única estrutura esportiva do Cave com funcionamento regular, a única pista oficial de kart do Distrito Federal é subutilizada e gera pouco retorno ao governo e à cidade, aquém de sua capacidade.
Pensando nisto, o Governo do Distrito Federal decidiu adotar a parceria Público Provada como um modelo de gestão do complexo do Cave, divididas em duas concessões: uma exclusiva para o kartódromo e outra para o restante das áreas voltadas ao desporto. O edital para a concessão do kartódromo está publicado e tem diversos interessados, segundo o subsecretário de Parcerias Público-Privadas, Rossini Dias, responsável pelo processo.
Adiamento
A abertura dos envelopes com as propostas para a gestão do espaço estava prevista para o dia 12 de abril, porém, por conta de questionamentos dos interessados em participar da concorrência, o governo decidiu prorrogar o prazo para o dia 22 de maio. O mesmo aconteceu com a concorrência para a gestão do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Concessão
O kartódromo, gerido pela iniciativa privada, poderá receber treinos e provas profissionais, além de ter uma pista para kart indoor, para amadores, o que aumentará o fluxo de pessoas no local. Será uma forma de aproximar a população que não pratica o esporte profissionalmente da pista. Além disso, um aumento de área, pegando parte do estacionamento, permitirá a construção de uma praça de alimentação para atender aos praticantes, tornando-se mais uma opção de lazer para os guaraenses.
Conforme descrito no Edital nº 4, de 2018, o futuro concessionário pagará, a título de outorga, R$ 40 mil anualmente e poderá explorar comercialmente uma área de 69 mil metros quadrados, além de pagar IPTU e outros impostos, não recolhidos atualmente.
Caso decida fazer do lugar um kart indoor — onde alugam-se carros de corrida para competições entre pilotos amadores — e cobrar R$ 85 por bateria de 20 minutos, a empresa quitaria a mensalidade da outorga em apenas dois dias, considerando uma média de 25 pessoas pagando diariamente pela diversão.
Para justificar o valor da outorga anual tão baixo, a empresa vencedora terá de se comprometer a investir R$ 13,9 milhões na modernização do kartódromo e torná-lo apto a sediar competições nacionais e internacionais. Para atender às exigências da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a pista será aumentada de 864 metros para 1,2 mil metros de
extensão. Já a largura passará dos atuais 6,8 metros para, no mínimo, 8 metros.
Segundo a pasta, “com a concessão, o Kartódromo será gerido pela iniciativa privada, que cobrará dos potenciais ocupantes os valores praticados pelo mercado. Por outro lado, os profissionais instalados no local atualmente passarão a ter segurança jurídica, ao contrário da situação que vivem hoje”.
Argumentos contrários
José Argenta, atual concessionário do kartódromo é a favor de melhorias no kartódromo, “contanto que o processo seja feito com clareza e ouçam quem está ali todos os dias”.
Outra reclamação de quem utiliza o Kartódromo do Guará é o preço a ser cobrado pelo parceiro privado para aluguel dos boxes. Atualmente, desembolsa-se uma taxa de R$ 150 para a utilização dos espaços. Pelo edital da parceria, o preço subirá para R$ 600.