O Centro de Educação Profissional Articulado do Guará — Professora Teresa Ondina Maltese foi oficialmente inaugurado nesta sexta-feira (4 de maio). A Escola Técnica do Guará, como é conhecida, funciona desde agosto de 2017, mas não teve ainda cerimônia de entrega oficial à comunidade.
A Escola Técnica atende 539 alunos dos cursos de Técnico em Enfermagem e Computação Gráfica — de 1.840 horas-aula e 1 mil horas-aula, respectivamente — e 162 alunos do Mediotec nos cursos de Técnico de Enfermagem e Produção de Moda, este último com 800 horas-aula. Ainda neste mês, haverá o início dos cursos de formação inicial e continuada do Pronatec.
“Não podemos continuar com modelo ultrapassado, em que as pessoas não aprendem ou aprendem muito pouco. Os jovens devem escolher as disciplinas mais importantes para as profissões que queiram exercer”, disse o governador Rodrigo Rollemberg. De acordo com o secretário de Educação, Júlio Gregório Filho, a unidade vai ao encontro do que é proposto atualmente: a flexibilização curricular do ensino médio.
Robótica
A Escola Técnica do Guará ainda desenvolve um projeto de Robótica com 20 alunos dos ensinos Médio e Fundamental, de 8 e 9 anos de idade. “Esta escola é um centro de educação profissional que vai receber os estudantes do Guará, seja em turno contrário, seja de forma articulada com os colégios”, explicou o secretário de Educação
O ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, participou da cerimônia. “Essa discussão de reforma do ensino médio não é de agora. Não adianta pensar que formar os jovens todos do mesmo jeito funciona”, afirmou. Segundo ele, é preciso fugir do modelo padrão. “Queremos que esse projeto seja um espelho para uma boa prática para os outros estados.”
Para o coordenador Regional de Ensino do Guará, Afrânio Barros, a escola já nasce com espírito comunitário, atendendo à vontade dos moradores. “A escolha dos cursos [Enfermagem e Computação] é fruto de um trabalho conjunto com a sociedade. A proposta é inovadora: dá oportunidade ao aluno do ensino médio de ter educação técnica e regular em tempo integral.”
O que é a Escola Técnica do Guará
Sáo12 salas de aula, refeitório, auditório e oito laboratórios, um deles chamado de Criatividade, com ferramentas diferenciadas que poderá propiciar aos alunos baterem asas na imaginação. Outra novidade é o Centro de Línguas (CILG), integrado à Escola Técnica para propiciar o conhecimento da língua estrangeira a todos os estudantes.
Cada sala tem até 40 alunos. São quatro turmas de Computação Gráfica, quatro de Técnico de Enfermagem e uma de Produção de Moda no período diurno. No noturno, a escola tem dois grupos de Técnico de Enfermagem e dois de Computação Gráfica. Ao todo, são 35 professores.
A Escola Técnica do Guará é fruto de parceria entre o Governo Federal e o do Distrito Federal, e custou R$ 11,7 milhões, sendo R$ 4,2 milhões do GDF e R$ 7,5 milhões da União. Os recursos da parte do GDF foram garantidos através de emendas parlamentares do deputado distrital guaraense Rodrigo Delmasso (PRB).
A Escola Técnica do Guará segue o projeto arquitetônico padrão fornecido pelo Ministério da Educação – todas tem o mesmo formato e tamanho, para reduzir os custos de construção. O prédio tem uma área construída de 3 mil metros quadrados e ocupa um terreno de 5 mil metros quadrados.
Projeto da Escola Técnica é de 2009
Inaugurada oficialmente nesta sexta-feira, 4 de maio, a Escola Técnica do Guará deveria ter ficado pronta há muito mais tempo. O processo da implantação começou em 2009, durante o Governo Arruda, e iniciada pelo então secretário de Ciência e Tecnologia, Izalci Lucas, conforme reportagem do Jornal do Guará, de julho de 2009 (ao lado).
“O projeto das escolas técnicas era do programa Brasil Profissionalizante, do Governo Federal, e previa o financiamento de 100% de toda a obra. Como secretário de Ciência e Tecnologia, fui ao Ministério da Educação e consegui trazer o projeto para o Distrito Federal. Consegui com a Terracap a cessão dos terrenos em Guará, Ceilândia, Brazlândia, Itapuã, São Sebastião, Estrutural e Santa Maria. Quando sai da Secretaria, em 2011, deixei tudo pronto”, conta Izalci.
Mas, durante os governos interinos de Wilson Lima e Rogério Rosso, após o impeachment de Aruda, o processo ficou parado. Assim que foi eleito, o governador Agnelo Queiroz determinou a continuação do processo, mas através da Secretaria de Educação, o que mudou o formato da parceria, que passou a exigir a contrapartida do Governo do Distrito Federal. “Se tivesse ficado na Secretaria de Ciência e Tecnologia, não haveria necessida da contrapartida do GDF, que ficaria responsável apenas pela gerência e manutenção da escola”, critica Izalci.
A obra estava prevista para ser concluída no final de 2016, mas sofreu oito meses de atraso por causa de problemas técnicos e financeiros.