Confusa instalação dos novos parquinhos

Enquanto escolas, quadras e áreas verdes do Guará não tem parquinhos infantis, outros são construídos em locais onde já haviam os equipamentos e para atender donos de quiosques

A Administração Regional do Guará adquiriu 13 novos parquinhos infantis para a cidade, ao custo de mais de R$ 400 mil, em licitação através da Terracap. Os parquinhos custaram em média R$ 30 mil, apenas os brinquedos, sem a areia, bancos ou alambrados. Mas, ao distribuir os equipamentos pela cidade o órgão adotou critérios curiosos, como instalar parquinhos onde os equipamentos já existiam, demolir estruturas prontas e atender a pedidos de donos de quiosques, onde funciona música ao vivo durante a noite, para instalar os equipamentos.
Na QE 40, na Praça Itajubá, a Administração retirou equipamentos doados por comerciantes guaraenses para instalar o novo parquinho, ao custo de R$ 31.457,68. O órgão alega ter atendido a pedido da comunidade através da Ouvidoria. Mas, ao invés de retirar os equipamentos, o administrador Luis Carlos Júnior ordenou a destruição dos brinquedos, segundo ele, por conta de um laudo técnico de um engenheiro da Administração, que comprovava que os brinquedos traziam risco para as crianças. O Jornal do Guará solicitou formalmente, através de ofício protocolado, uma cópia do documento no dia 25 de abril deste ano. Contrariando a Lei de Acesso à Informação, a Administração até o momento se recusa a apresentar o documento público.
Na orla da Feira do Guará, a situação é ainda mais curiosa. Um parquinho completo e em bom estado foi instalado ao lado de um quiosque, que aos finais de semana oferece música ao vivo e reúne uma grande quantidade de pessoas. Os shows acontecem quando a Feira do Guará está fechada, e a casa não possui licença para a execução de música ao vivo. Isso não impediu a instalação do parquinho para atender ao público do animado samba nas noites de sábado. A própria Administração declara ter atendido a um pedido dos quiosqueiros e que o parquinho teria sido remanejado da QE 2 para o local.
Acontece que as QE e QI 2 receberam dois parquinhos, que custaram R$ 45.968,09 cada, os mais caros da licitação. Se na praça da QE 2 havia um parquinho em bom estado, que pôde ser doado aos quiosques da Feira do Guará, porque foi priorizada no recebimento dos parquinhos? Os moradores, principalmente do Lúcio Costa, coincidentemente da QE 4 do Lucio Costa, tem reclamado muito das condições precárias de seus parquinhos, mas sem serem atendidos.

Falta areia e alambrado
Enquanto o parquinho da Feira do Guará possui areia e meio fio, esta não é a realidade dos novos equipamentos. A Administração Regional pediu à Novacap a compra dos parquinhos e não previu que precisaria de comprar areia, bancos e alambrados. O resultado são os equipamentos instalados precariamente nas praças, como na QE 38, sobre o concreto e expostos, trazendo risco às crianças que os utilizam. A Administração afirma que a areia já foi comprada, mas ainda não colocada, e os alambrados “estão em fase de levantamento de materiais”, ou seja depois de R$ 400 mil empenhados e pagos, só agora o administrador Luis Carlos Junior ordenou que se averigue quais os materiais necessários para os alambrados.