Atendimento odontológico do Hospital do Guará é referência no DF

Equipe de profissionais do Centro de Especialidades Odontológicas do Hospital Regional do Guará. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

Por Delmo Menezes

Serviço normalmente caro mesmo para os padrões das classes A e B, o tratamento odontológico de boa qualidade pode ser oferecido pela rede pública de saúde sem custo, como é o caso do Hospital Regional do Guará. O serviço de odontologia do HRGu é referência no Distrito Federal nos atendimentos secundário e terciário, aqueles considerados de prevenção e emergência.

De acordo com Carine de Cássia Souza Rodrigues, gerente de Áreas Programáticas da Atenção Primária da Região Centro-Sul, com o acréscimo de horas e contratação de mais dentistas, o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), do Hospital Regional do Guará, será referência em nível secundário para toda a região que abrange Candangolândia, Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I e II, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA).

“Estamos numa região com uma população em torno de 310 mil habitantes, e temos áreas de vulnerabilidade social, como a Estrutural e o Riacho Fundo II. Temos um vazio assistencial em algumas áreas. A região não tem hospital que conte com centro cirúrgico nem obstétrico. Na área de Odontologia, temos um ambulatório com três especialistas, mas ainda não podemos solicitar o credenciamento de um Centro de Especialidades Odontológicas junto ao Ministério da Saúde. Precisamos da ampliação de carga horária para alguns profissionais e a lotação de um especialista em cirurgia oral menor”, explica Carine.

 

 Nesta entrevista, Carine Rodrigues explica como funciona o serviço no HRGu.

 

Qual é o principal diferencial na área de Odontologia no Hospital Guará?

– No ano passado, com o apoio da superintendente regional da Regional Sul, Moema Santiago, e de  Maurício Bartelle Basso, gerente de Odontologia da Secretaria de Saúde, conseguimos fazer a reforma da unidade de Odontologia, que  era bastante antiga, e contava apenas com um profissional de 20 horas. Este profissional realizava apenas extrações, o que deveria ser feito na atenção básica. Com o apoio da Superintendência e da Gerência de Odontologia, fizemos a reforma e conseguimos novos profissionais especializados. Hoje,  contamos com um ambulatório de especialidades, dois periodontistas,dois endodontista que faz tratamento de canal, um dentista que atende pacientes com deficiência e três técnicos de saúde bucal. Já foi um ganho com excelência, porém a gente precisa viabilizar o credenciamento desta unidade no Ministério da Saúde (MS), para que se transforme num Centro de Especialidades e a unidade possa receber do Ministério a transferência de recursos.

Carine de Cássia Souza Rodrigues, gerente de Áreas Programáticas da Atenção Primária da Região Centro-Sul. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

O que é necessário para que esta Unidade se transforme em um Centro de Especialidade de Odontologia (CEO)?

– Hoje temos duas principais carências. Nossos profissionais que atendem aqui são de 20 horas. Para conseguirmos o credenciamento junto ao Ministério da Saúde, precisaríamos de no mínimo 180 horas de profissionais. Então, a gente precisa da ampliação da carga horária dos dentistas de 20 horas, e precisamos da lotação de um profissional que faça o procedimento de cirurgia oral menor. O Ministério da Saúde exige uma produção mínima mensal em cada especialidade, definida na Portaria 1.464/GM, de 24 de junho de 2011, para que se efetue a transferência de recursos referentes aos incentivos mensais dos Centros de Especialidades Odontológicas  ( CEO).

Como gerente da atenção primária da região Centro-Sul, quais as maiores dificuldades enfrentadas na sua área de atuação?

– A atenção primária é a porta de entrada do usuário, porém ela precisa muito do apoio da atenção secundária e terciária. Na atenção secundária  temos bons especialistas. Como o nosso hospital é pequeno, temos muitas dificuldades de prestar um melhor atendimento à  população. Nossas gestantes não tem um local para fazer um parto, que são direcionados para o Hran e Hmib. Pacientes que sofrem algum traumatismo, são direcionados para outra região. A construção de um novo hospital na nossa região viabilizaria a ampliação do atendimento para essa população carente, que hoje temos que direcionar para outros hospitais da rede.