Casos de dengue aumentam 600% em um ano no Guará

Lado par do Guará II é o de maior incidência. Sábado, dia 1º, tem prevenção com 100 bombeiros na cidade

Ainda não pode ser considerada uma epidemia, mas a proliferação dos casos de dengue no Guará está aumentando num ritmo acelerado e assustando a população, que, entretanto, é a principal responsável pelo que está acontecendo na cidade. Em apenas um ano, a incidência da doença aumentou 600% na região, com 38 casos confirmados apenas em abril e maio agora, 24 em março e 10 em janeiro, somente na área urbana – incluindo a Estrutural e os condomínios, são mais de 120 casos confirmados este ano.
Esse aumento, entretanto, não é apenas no Guará. A dengue está se alastrando no Distrito Federal na mesma proporção que está acontecendo aqui, o que provocou uma mobilização do governo para o combate ao mosquito transmissor. Neste sábado, 1º de maio, o combate vai mobilizar mais de 1 mil bombeiros militares, 30 veículos, além de um drone que será usado para visualizar focos de dengue em locais fechados na caça ao mosquito transmissor, sendo que 100 deles vão atuar no Guará, junto com os técnicos da Vigilância Ambiental. Também voltam a atuar os carros de borrifação de inseticida, conhecidos como “fumacê”, nas regiões de maior incidência no Distrito Federal.
Na ação deste sábado, as equipes vão priorizar as quadras onde foram confirmados mais casos da doença na cidade – nas QEs 13 e 32 foram seis casos confirmados, mas a faixa entre as QEs 26 à 36,Setor de Oficinas, QE 40 e Polo de Moda, o lado par do Guará II, é a mais crítica, de acordo com o levantamento da Vigilância Sanitária do Guará. Para a chefe do núcleo, Isabel Cristina Pereira, não por coincidência, é a faixa mais próxima das oficinas, ferros velhos e depósitos, hospedeiros preferidos do mosquito transmissor.
Onde foram confirmados os casos de dengue, as equipes vão realizar o “bloqueio”, uma espécie de varredura em todas as proximidades das casas dos infectados, investigando onde pode ter originado o nascimento do mosquito e a identificação dos focos, e se a pessoa foi infectada onde mora ou foi em outro local.
A operação no Guará inclui também uma palestra sobre dengue a síndicos, lideranças comunitárias e representantes de órgãos públicos, no auditório da Administração do Guará, dia 6 de junho, às 16h.

Esta carcaça está parada num beco da QI 3 e apesar dos pedidos da Vigilância não foi retirada pelo Detran

Mobilização no Guará
O aumento da incidência da dengue na região está mobilizando toda a equipe da Vigilância Sanitária do Guará. Mesmo com uma equipe pequena em relação ao recomendável pelos órgãos de saúde, a chefe do núcleo, conta que o esforço para combater o mosquito tem ido ao limite. “Temos investido principalmente na conscientização do morador, porque temos apenas 17 agentes na unidade para cobrir toda região de nossa responsabilidade, que, além do Guará, envolve também SIA, Sof Sul, Arniqueiras, Areal, Vicente Pires e Estrutural. No total, temos apenas 48 servidores para realizar todo esse monitoramento”.
Segundo Isabel, todos os dias as equipes percorrem os pontos mais críticos, conversando com moradores e empresários e verificando se há focos de dengue. No caso do Guará, a preocupação das equipes é principalmente com o Setor de Oficinais (Área Espceial 2A), QE 40/Polo de Moda e QI/QE 12/14, por causa das carçacas de veículos e pneus, e áreas verdes mal cuidadas.
Além da conscientização dos moradores, a Secretaria de Saúde está investindo no velho método do fumacê, aqueles carros que borrifam inseticida nas áreas mais vulneráveis. “Mas, é preciso lembrar que o inseticida só abate o mosquito e não a larva, que pode ficar incubada durante algum tempo para depois eclodir em novo mosquito”, explica Isabel.