Mais um governo promete implantar a Interbairros, ou Transbrasília, via expressa que vai ligar Samambaia ao Plano Piloto, passando pelo meio do Guará, às margens da linha do metrô. A Secretaria de Projetos Especiais do GDF, responsável pelas privatizações de áreas públicas, anunciou nesta segunda-feira, 10 de junho, que está retomando o projeto, com a previsão de implantá-lo até o final deste ano, se não forem necessários novos ajustes. Os documentos parados desde 2017 foram desengavetados pela Secretaria de Projetos Especiais (Sepe) do Distrito Federal, Everardo Gueiros.
A Interbairos, ou Transbrasília como passou a ser chamada no Governo Rollemberg, vai impactar principalmente o Guará, porque vai implicar no aterramento de todo a linha de alta tensão de Furnas e cessão dos terrenos entre Guará I e II para a iniciativa construir lojas e apartamentos, além de equipamentos públicos. O adensamento, entretanto, será compensado com a abertura de uma nova via para os dois lados – Taguatinga, Samambaia, Park Way e Águas Claras e Plano Piloto do outro lado.
De acordo com o secretário da Sepe, Everardo Gueiros, se o projeto concluído no Governo Rollemberg não exigir novos ajustes, a licitação pode ser lançada até o final deste ano, depois que o governo concluiu a privatização da Arena Plex (Estádio Mané Garrincha, ginásios Cláudio Coutinho e Nilson Nelson.
Por onde vai passar
Idealizada ainda no Governo Cristovam com o nome de Interbairros, a avenida intervém em Águas Claras, Guará, Park Way, Plano Piloto, Samambaia e Taguatinga. Entre esses empreendimentos está a criação do Centro Metropolitano do Guará, um conjunto de edifícios comerciais e residenciais entre Guará I e II, onde existem hoje as torres de alta tensão de Furnas.
Uma parceria para a construção da Transbrasília abrange ganhos em diversas perspectivas. Para o empresariado, com a exploração de empreendimentos feitos ao longo da via — haverá a possibilidade de erguer conjuntos habitacionais, shoppings, estacionamentos, entre outros, e lucrar com eles. Para o governo, estabelece-se uma parceria com melhor prestação de serviço e menor impacto nas contas públicas.
A consequente geração de emprego e renda nas regiões administrativas pela qual a via passará, além de mais opções de lazer, são vantagens para os moradores desses locais. O fomento da economia deve, ainda, desafogar o trânsito, hoje concentrado no sentido Plano Piloto — a ideia é mudar o panorama vivido no Distrito Federal, aumentando as opções de locomoção.
A nova via vai ligar o Setor Policial Sul, no Plano Piloto, a Samambaia. São 26 quilômetros com proposta de melhorias na mobilidade e na urbanização. Além disso, a pretensão é promover desenvolvimento econômico de todas as regiões incluídas no trajeto – Águas Claras, Guará, Park Way, Plano Piloto, Samambaia e Taguatinga. No primeiro edital de chamamento das empresas interessadas na parceria, lançado em 2017, o governo definiu como contrapartida a criação lotes com diversidade de atividades ao longo da via, como shoppings e setores habitacionais; ampliação da densidade demográfica, especialmente perto da infraestrutura de transporte de massa; melhoria da relação custo-benefício dos investimentos públicos e privados em infraestrutura urbana; adequação dos espaços para pedestres e ciclistas; criação de faixas verdes; e integração do metrô com outras formas de transporte.
De acordo com o projeto, cinco setores habitacionais ocuparão as margens da via: dois no Guará e três em Águas Claras. Este primeiro trecho, de 6km, deve ser pago com os recursos da venda dos terrenos. A via ligará Samambaia, na altura da estação do metrô, até o Setor Policial Sul, na altura do cemitério Campo da Esperança. Com três faixas em cada sentido, a via comportará cerca de 60 mil carros de uma só vez e ajudará a desafogar o trânsito das outras duas pistas paralelas.