A 4ª Delegacia de Polícia (Guará) divulgou possíveis disfarces do catequista José Antônio Silva, 47 anos, acusado de abusar sexualmente de cerca de 25 crianças. As projeções foram elaboradas pela equipe do Laboratório de Representação Facial Humana do Instituto de Identificação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que utilizou fotografias do suspeito fornecidas pela unidade policial.
Elas sugerem diversos disfarces de como o procurado pode estar. Foram feitas modificações na imagem cedida, inserindo peruca, barba, boné e óculos. Segundo apurado pela delegacia, José Antônio abusou de crianças entre 4 e 10 anos de idade. Alguns crimes ocorreram há mais de 20 anos. Ele atuava como professor de catequese da Paróquia Divino Espírito Santo e em uma escolinha de futebol nas QEs 38 e 40, do Guará II. Contra o José Antônio há mandado de prisão preventiva decretada pela Justiça do DF. Ele é considerado foragido.
Caso provou revolta na cidade
A notícia estourou no início de julho e revoltou os moradores do Guará. José Antônio Silva, 47 anos, Até então um professor de catequese de uma paróquia e um dedicado professor de futebol de uma escolinha, estava sendo acusado de abusar sexualmente de quase 20 crianças – a polícia acredita em cerca de 30 – entre 4 e 10 anos de idade. O que mais chamou a atenção da população é que o acusado cometia os crimes há mais de 20 anos e ninguém desconfiava, pelo menos até maio deste ano, quando a polícia recebeu a primeira denúncia e passou a investigar o caso.
A acusação causou surpresa principalmente nos pais de alunos e nas pessoas que conviviam com José Antônio, com exceção de algumas vítimas e de familiares dele, que tinham conhecimento dos crimes, mas não tinham coragem de denunciar, por vergonha ou medo.
O primeiro a denunciar os abusos foi um sobrinho do próprio José Antônio, que, em maio, procurou a 4ª Delegacia de Polícia do Guará para relatar o crime cometido contra ele há 18 anos, quando tinha 5 anos de idade. Ele decidiu registrar a ocorrência por ter um filho também de 5 anos e temia que ele fosse molestado pelo tio.
O sobrinho, hoje com 23 anos, denunciou que teria sido violentado junto com seus primos. “Ele convencia a gente a ir para o quarto dele para ver os desenhos que ele fazia e estuprava a gente. Fazia sexo oral e em alguns dos meninos ele tentava fazer sexo anal também”, relata. Além disso, de acordo com a polícia, José Antônio também forçava os meninos a praticar relações sexuais entre si enquanto ele assistia. “Meu filho foi o motivo que me fez denunciar porque percebi que ele seria mais uma vítima”, afirma Paulo. “Ele se aproximou e tocou na mão do meu filho e eu vi tudo passando pelos meus olhos do que aconteceria se eu não fizesse nada”, desabafa.
Mais denúncias
Depois da iniciativa desse parente, outros membros da família foram encorajados a contar à polícia o que também sabiam. Segundo a maioria das denúncias, José Antônio praticava os abusos na casa da mãe, na QE 17, onde morou até os 40 anos, e onde era conhecido como “Toin”, e depois de casado na QE 40 enquanto a mulher saia para trabalhar. Mas as vítimas não eram somente os parentes. A polícia havia recebido até esta quinta-feira, 11 de julho, 18 denúncias contra José Antonio, de pais ou de vítimas dele aliciados durante as aulas de catequese na paróquia Divino Espírito Santo (Entrequadras 32/34) e na escolinha de futebol que ele mantinha nas QEs 38 e QE 40. A polícia trabalha com a hipótese da quantidade ser muito maior, à medida que a notícia vá incentivando outras vítimas que até então não tinham coragem de denunciar os abusos contra si (com Márcia Delgado do Metrópoles).