Delmasso pede intervenção na Feira do Guará

Medida, que vigoraria inicialmente por 90 dias, é para sanear as contas e cobrar a taxa de ocupação devida pelos feirantes

O deputado distrital e vice-presidente da Câmara Legislativa, Rodrigo Delmasso, encaminhou nesta sexta-feira, 26 de julho, ofício à administradora regional Luciane Quintana, sugerindo a intervenção na Feira do Guará por 90 dias, com o afastamento da associação dos feirantes da gestão, para que seja levantada a real situação da inadimplência e das dívidas da feira.

A medida, de acordo com o deputado, que é padrinho político da cidade, tem o objetivo de buscar o saneamento das contas, com a cobrança das taxas devidas pelos inadimplentes e o pagamento das dívidas, principalmente a da conta da água com a Caesb.

“Estou sugerindo a intervenção, como os governos fazem em estados, prefeituras e empresas públicas em situação financeira e administrativa difícil, para que sejam tomadas providências objetivas para resolver a situação da feira. Não é possível continuar com uma inadimplência de quase 50% e ainda com o vexame de ter o fornecimento de água cortado por falta de pagamento”, explica o deputado.

Para Delmasso, não se justifica essa situação da Feira do Guará, considerada a segunda mais rentável do Distrito Federal, depois da Feira dos Importados. “Precisamos acabar com essa cultura de que, quem ocupa espaço público não precisa pagar em dia a taxa de ocupação na perspectiva de ter a dívida perdoada depois pelo governo. A feira é um shopping e quem está lá tem lucro com o que vende e precisa pagar pelo que ocupa”.

 

Divergência de dados

A intervenção vai servir para levantar a real situação inadimplência da taxa de ocupação devida pelos feirantes. De acordo com o presidente da Associação dos Feirantes, ela está atualmente em 47%, mas a Administração Regional do Guará garante que são mais de 70%.

A Feira do Guará tem 645 boxes de roupas, produtos industrializados, hortigranjeiros, alimentos, comidas típicas e eletrônicos. Depois da Feira dos Importados, é a mais frequentada pelos brasilienses, com cerca de 10 a 15 mil pessoas nos finais de semana.

Criada para comercializar produtos comestíveis, a feira foi sendo desvirtuada ao longo do tempo e as bancas, principalmente de hortifrutigranjeiros, foram sendo ocupadas por produtos industrializados, boa parte contrabanda e pirateada (marcas famosas falsificadas em roupas e calçados).

Em 1997 foi criada a expansão da Feira, na gestão do ex-administrador Alírio Neto, para abrigar os ambulantes que atuavam na parte externa, mas a maioria dos boxes foi revendida a terceiros, mesmo sendo proibida a comercialização deles. Uma outra expansão foi feita na gestão da administradora regional Márcia Fernandez com a criação da praça da alimentação externa, onde foram instalados 12 boxes de comidas.