Novo presidente do Conseg quer mais participação dos moradores

Como bombeiro militar e durante sete anos trabalhando na Secretaria de Segurança na área, Marcelo Cassiano de Oliveira diz que vai buscar maior aproximação com a comunidade

De acordo com a própria Secretaria de Segurança Pública, os Conselhos Comunitários de Segurança “ … são grupos de pessoas de uma mesma comunidade que se reúnem para discutir, planejar, analisar, e acompanhar as soluções de seus problemas, o qual se reflete na segurança pública. São meios de estreitar a relação entre comunidade e polícia, e fazer com que estas cooperem entre si.”. . “ e surgiu para criar um espaço onde todos possam se reunir e pensar estratégias de enfrentamento dos problemas de segurança, tranquilidade e insalubridade da comunidade, orientados pela filosofia de polícia comunitária”.
Na prática, entretanto, os Consegs tem se distanciado dessa filosofia, principalmente no elo de ligação entre os órgãos de segurança pública e os moradores. E cada vez se distancia mais. No caso do Conseg do Guará, por exemplo, há alguns anos conseguiase reunir até 50 moradores em suas reuniões mensais, entretanto, a mesmice das discussões e a falta de resultados das demandas apresentadas reduziu esse interesse para quóruns de no máximo 10 a 15 moradores por reunião. Em algumas delas, a quantidade de representantes do governo foi maior do que a de representantes da comunidade.

Mas, para o novo presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Guará, Marcelo Cassiano de Oliveira, é possível reverter esse desinteresse  e a falta de resultados com ações novas e uma maior interação com os moradores, entre elas, a “despolitização” do órgão. Pelo menos se depender da experiência do novo presidente, essa “chacoalhada”  pode realmente acontecer. Além de bombeiro militar e MBA em Gestão de Projetos, Marcelo trabalhou durante sete anos na Secretaria de Segurança Pública cuidando dos Conselhos de Segurança Comunitária do DF, inclusive como coordenador setorial e diretor regional da área.

Na sua avaliação crítica, um dos maiores problemas dos conselhos foi a “politização”, ou seja, o envolvimento dos dirigentes com partidos políticos ou de defesa de interesse de parlamentares. “Quem acompanha as reuniões do Conseg do Guará sabe que são sempre as mesmas pessoas representando os moradores, com quase as mesmas demandas, e, principalmente, com as mesmas críticas, a maioria de cunho ideológico. Isso acaba afastando quem não comunga com esses interesses”, avalia.

 

Grupos de Whatsapp

Uma das primeiras medidas que a nova diretoria pretende colocar em prática é a criação do Zap Cidadão, um grupo de WhatsApp  formado por representantes de quadras, que, por sua vez, terão grupos locais formados apenas pelos moradores da sua quadra. As demandas dos moradores , segundo Marcelo, chegarão aos representantes e depois de filtrados passam a ser discutidos no grupão coordenado pela diretoria do Conseg. “Além da rapidez na informação da demanda, ela pode ser discutida dentro do grupo e depois das sugestões serão encaminhadas aos órgãos do governo de cada área”, explica Marcelo. Os Conselhos de Segurança Comunitária são integrados, além dos representantes da comunidade, compulsoriamente por representantes dos órgãos de segurança de cada cidade – Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Detran – e da Administração Regional.

“Já existem vários grupos de WhatsApp de moradores no Guará que funcionam muito bem na defesa da segurança de todos através da troca instantânea de informações, e vamos incentivar a criação nas quadras que não os tem. Não custa nada e pode representar um importante aliado no combate à insegurança”, analisa Marcelo, que pretende também elaborar uma agenda que desperte mais interesse dos moradores pelas reuniões e com isso aumentar o quórum e melhorar o debate.

De acordo com o novo presidente, “sem a participação e interesse do morador, o Conseg é apenas mais um dos muitos conselhos que existem por aí sem qualquer função prática. E o nosso desafio é “levantar” o Conseg do Guará”, completa.