GUARÁ CHEGA A 50 CASOS

A notícia é ruim, mas não é das piores. Esta foi a semana em que menos cresceram os casos de coronavírus entre os moradores do Guará depois que começou a escalada dos casos no Distrito Federal. São 50 casos confirmados entre moradores locais, contra 40 da semana passada e nenhuma morte depois de três mortes em três semanas seguidas. Pode ser o início da descida da curva, mesmo com a insubordinação do guaraense em relação ao isolamento social, conforme foi mostrado na edição da semana passada do Jornal do Guará.
A cidade continua em quarto lugar no ranking do coronavírus no Distrito Federal, atrás do Plano Piloto (215 casos), Águas Claras (98) e Lago Sul (71 casos) e na frente de Sudoeste/Octogonal 44 casos). Desde a semana passada, Guará, Plano Piloto e Gama estão empatadas em número de mortes – três para cada. Como é das três regiões a menos populosa, Guará continua com a maior proporção em quantidade de mortes.
Na semana passada, o Jornal do Guará mostrou um levantamento feito pela empresa privada In loco, especializada em geolocalização, que quase a metade (43,5%) da população guaraense não está respeitando o isolamento social, recomendado pelo Ministério da Saúde como prevenção contra a pandemia do coronavírus. A insubordinação local só é menor do que a do Plano Piloto, com 49,6%, e de Águas Claras, com 45,2%. Na outra ponta, Riacho Fundo 2 (79,1%), Sobradinho 2 (75%) e Varjão (75%) são as regiões que mais respeitam a quarentena. O mapeamento está sendo feito desde o dia 12 de março, quando começaram as medidas restritivas impostas e recomendadas pelo Governo do Distrito Federal e Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com o levantamento, mesmo sendo a mais insubordinada, a população da região central de Brasília tem melhorado o índice de isolamento médio. Entre 12 e 18 do mês passado, uma média de 50,4% das pessoas estavam de quarentena na área central da cidade, e o número aumentou para 55,7% na semana de 6 a 12 de abril, a última com dados disponíveis. O crescimento de 5,3 pontos percentuais foi o terceiro maior entre todas as RAs, mas não o suficiente para tirar a região da última posição e nem aumentar a sua média geral.

Mais de 1 mil casos no DF
O número de casos confirmados do novo coronavírus no Distrito Federal chegou a 1.106 na tarde desta sexta-feira (24 de abril). Do total de infectados, 59 estão hospitalizados, sendo que 30 estão em unidades de terapia intensiva (UTIs). As infecções confirmados pelo método PCR são 989, enquanto nos testes rápidos chegam a 117. No DF, 547 pacientes se recuperaram da Covid-19.
O DF registrou 26 mortes em decorrência do novo coronavírus. A 26ª vítima da Covid-19 na unidade federativa é um homem de 85 anos, morador da Estrutural. O índice de mortes por coronavírus no DF é menor do que em 11 estados brasileiros. O Distrito Federal registrou 0,8 óbito a cada 100 mil habitantes no dia 21 de abril.

 

Guará terá ponto de teste

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal afirmou que dois novos locais da capital irão realizar testes de coronavírus por meio do drive-thru.
As análises laboratoriais serão feitas nos estacionamentos do ParkShopping, no Guará, e do Iguatemi Brasília, no Lago Norte. A previsão é que as coletas comessem na próxima segunda-feira (27 de abril).
São, por enquanto, oito pontos de testagem. Os exames estão sendo realizados nos estacionamentos 4, 6, 11 e 13 do Parque da Cidade, Estádio Mané Garrincha, Residência Oficial do Governador e nas universidades Unieuro e Uniplan, em Águas Claras.
Até esta sexta-feira, 24 de abril, o drive-thru examinou mais de 10,5 mil pessoas nos três primeiros dias de operação. Do total de brasilienses que se submeteram ao procedimento, 117 testaram positivo para contaminação pelo novo coronavírus.

 

MÁSCARA OBRIGATÓRIA

A partir de 30 de abril, o uso de máscara de proteção facial passa a ser obrigatório no Distrito Federal enquanto durarem as medidas contra a pandemia. A obrigatoriedade está no Decreto 40.648, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quinta-feira (23 de abril).
A obrigatoriedade do uso passa a valer em todos as vias e espaços públicos, transporte público coletivo, estabelecimentos comerciais, industriais e espaços de prestação de serviço. A recomendação é pelo uso das máscaras caseira, seguindo as orientações de uso do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br). O GDF também fornecerá máscaras para toda a população que precise do produto em dias e locais a serem divulgados.

Penas
A desobediência ao decreto acarretará penalidades ao infrator. Pelo artigo 10 da Lei Federal número 6.437, de 20 de agosto de 1977, que trata das infrações à legislação sanitária e baliza o decreto, quem for pego sem máscaras em espaços públicos poderá ser autuado e multado a partir de R$ 2 mil.
Já as sanções incidentes no artigo 268 do Código Penal – destinado a impedir a introdução ou a propagação de doença contagiosa – estabelece como pena detenção de um mês a um ano, além de multa. A condenação é aumentada em um terço se o infrator for funcionário da saúde pública ou exercer a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

Como será no comércio
Aos estabelecimentos comerciais em funcionamento – e aos que forem reabertos no mês que vem – fica determinada a proibição da entrada e permanência de pessoas sem o acessório protetivo. O governador Ibaneis Rocha estuda a retomada gradual das atividades na cidade a partir de 4 de maio.
Já os fabricantes e distribuidores de máscaras profissionais deverão garantir o fornecimento desse equipamento de proteção individual (EPI) à rede de assistência e proteção à saúde e aos trabalhadores dos demais serviços essenciais.
A obrigatoriedade do uso de máscara deverá durar enquanto vigorar o estado de emergência no Distrito Federal, previsto no Decreto nº 40.475, de 28 de fevereiro de 2020.

 

Reabertura do comércio será gradativa

O Governo do Distrito Federal estuda como liberar de forma “gradativa e responsável” a abertura do comércio no próximo mês. Nesta quinta-feira (23 de abril), o governador Ibaneis Rocha, em reunião com representantes de vários segmentos do setor varejista, disse acreditar que cerca de 80% dos estabelecimentos possam retomar as atividades, caso sigam criteriosamente todas as recomendações dos técnicos saúde.
“Acho que a gente consegue colocar na consciência das pessoas a importância das medidas e, de uma forma gradativa e responsável, poderemos seguir abrindo o comércio”, disse o chefe do Executivo. “Mas idosos e pessoas com comorbidades continuarão isoladas”, ressalva o governador.
Acompanhado dos secretários de Saúde, Economia, Governo, Casa Civil e de Comunicação, Ibaneis se reuniu com mais de dez representações do setor produtivo. Entre elas, a Fecomércio-DF, que apresentou uma proposta de protocolo de segurança para que todos as empresas adotem caso sejam liberadas a reabrirem às portas.
O documento, com mais de 30 páginas, propõe que os estabelecimentos adotem medidas preventivas como o uso de máscaras e álcool gel; medição de temperatura de clientes; e, testagem regular de todos os trabalhadores. “São uma série de ações que estamos nos comprometendo a adotar caso o governo libere o funcionamento”, explica o presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia.
Ele explica que o governo recebeu bem as indicações de segurança e, que vai avaliar os protocolos com ajuda das equipes de vigilância sanitária e de saúde. “Tudo agora será discutido internamente (dentro do governo) para que a gente não coloque ninguém em risco. O governador tem uma preocupação muito grande com essa situação e tem o nosso apoio”, afirmou Maia.

Liberação regionalizada
Ibaneis deve avaliar as propostas do setor produtivo com base nas orientações de infectologistas, técnicos de saúde e estatísticos. “Vamos levar todo esse trabalho para avaliação e acredito que 80% do que está aqui pode ser adotado”, afirmou.
Outro recurso, que o governo usará para tomar a decisão do que reabrir, será os resultados da testagem em massa. O chefe do executivo lembrou que está realizando cerca de quatro mil testes diários, o que está dando segurança para sinalizar quais os locais de maior risco. “Vamos aumentar esse número em breve. Agora, por exemplo, não temos segurança de reabrir comércio em algumas localidades, onde o número de casos cresce com a testagem”, explicou.
Segundo ele, Brasília pode seguir o exemplo de outros estados que resolveram reabrir o comércio de forma regionalizada. “Podemos pensar em liberar naquelas cidades onde está mais tranquilo e deixar fechado, onde o risco for maior”, destacou.

Fundo Garantidor
Prevendo a permanência do fechamento de alguns setores, o governador Ibaneis Rocha disse que já estuda a criação de um fundo garantidor para dar socorro aos pequenos e microempreendedores do DF. “Se a decisão for de não reabrir alguns estabelecimentos, vamos criar um fundo garantidor para somar a um outro que já existe no Sebrae”, previu.
Segundo Ibaneis, o governo já minutou um projeto de lei para criação do fundo que deve reunir recursos na ordem de R$ 200 milhões, entre imóveis e recursos próprios do orçamento local. “Isto dará condições ao BRB, aliado ao Sebrae e a FAP (Fundação Apoio à Pesquisa), de fornecer linhas de crédito orientado”, explicou. De acordo com ele, as secretarias de Trabalho, Economia e Desenvolvimento Econômico já estudam também incluir nos debates a ampliação de linhas de crédito para os trabalhadores autônomos, também bastante afetados pela crise econômica do novo coronavírus.

Câmara Legislativa
O presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente, acompanhou a reunião do executivo com os representantes do setor produtivo. Segundo ele, o legislativo local está sensível ao momento atual e, por isso, tem apoiado as medidas apresentadas pelo governo.
“Estamos dando celeridade a todos os projetos, que o governo tem encaminhando. Inclusive, na próxima semana, queremos colocar o Refis em votação”, detalhou. Rafael Prudente lembrou ainda que a casa aprovou ontem (22) projeto de lei, que obriga o uso de máscara por toda a população. “Inclusive, o senhor pode sancionar e já fazer um decreto regulamentando isto”, disse.