Presos assassinos de morador do Guará

Crime foi motivado pir negócio com drogas. Jovem foi morto e esquartejado. Polícia tinha encontrado partes do corpo em estação a Caesb

Um negócio envolvendo venda de drogas foi a principal motivação do assassinato do morador da QE 28, Anderson Rocha Alves, 35 anos, que foi torturado, queimado e esquartejado e teve partes do corpo encontradas na usina de tratamento de esgoto da Caesb, na Avenida das Nações, às margens do Lago Sul. A polícia prendeu nesta terça-feira, 4 de agosto, um grupo de traficantes que teria executado o rapaz após o pagamento de uma dívida pela venda de drogas ter sido feito com notas falsas.
Investigadores da 4ª Delegacia de Polícia do Guará descobriram que o crime foi cometido dentro do Parque do Guará, no local conhecido como “biqueira”, onde existe uma nascente de água cristalina e onde acontece um frenético comércio e uso de drogas. A execução de Anderson ocorreu entre os dias 19 e 20 de junho e teria sido cometido pelo grupo comandado pelo traficante conhecido como “Mancha”, que comanda o tráfico de drogas na biqueira.

Foram presos três suspeitos em Santa Maria, Recanto das Emas e Guará, mas cinco envolvidos no crime continuam foragidos (ver fotos), inclusive o líder Mancha.
Segundo o delegado adjunto da 4ª DP, João de Ataliba, Anderson teria comprado drogas do grupo e pagado com notas falsas. Quando descobriram o golpe, os traficantes o levaram para biqueira e após uma sessão de tortura o mataram com um tiro no rosto e depois esquartejaram e queimaram o corpo e jogaram as partes no esgoto que passa pelo parque, que foram parar na estação de tratamento de esgoto da Caesb entre os dias 23, 24 e 25 de junho.

O grupo comandado pelo traficante conhecido como “Mancha”, que comanda o
tráfico de drogas na biqueira e está foragido.
Segundo a polícia, pode estar usando barba agora

Como a polícia descobriu
Como as partes do corpo foram encontradas na Asa Sul, o caso foi inicialmente registrado na 1ª Delegacia de Polícia, mas, assim que tomaram conhecimento do achado, policiais da 4ª Delegacia de Polícia do Guará suspeitaram tratar-se de Anderson, que havia dado como desaparecido pela família uma semana antes. A suspeita foi confirmada pelo Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) depois de exame das partes encontradas.
Para confirmar que se tratava de Anderson, foi realizada uma comparação do material genético dele com as amostras de DNA coletadas da mãe. Além dos cinco foragidos, Luis Guarino Couto, que seria um dos alvos da operação desta terça, já havia sido morto durante um assalto a um motorista de aplicativo, no Paranoá.


Biqueira, ponto de drogas
A biqueira é considerada o principal ponto de comércio e uso de drogas no Guará. Consumidores chegam a dormir lá por dias em barracas de camping consumindo drogas, mas a polícia pouco pode fazer se o consumo for considerado dentro dos limites permitidos pelo Artigo 28 da Lei 11343/2006, que diz: “Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de serviços à comunidade”. Como sabem disso, os consumidores se limitam a portar o limite para evitar o flagrante e a prisão.
Mesmo foragido, Mancha ainda comanda o tráfico de drogas na biqueira, segundo a polícia. Nesta quinta-feira, 6 de agosto, investigadores da 4ª DP voltaram ao local e viram o traficante identificado como Mateus MT vendendo drogas. Ao perceber a presença da polícia, ele correu para dentro da mata, mas deixou para trás uma quantidade de pedras de crack, um carregador de pista ponto 40 e uma moto. Os usuários que estavam na biqueira no momento da abordagem confirmaram que Mateus MT é membro da quadrilha de Mancha.