Dr JOÃO BATISTA – Pediatra queridinho dos filhos do Guará

Calcula-se que ele tenha atendido entre 10% a 15% das crianças da cidade em 33 anos de consultório

Ele atende, em média, 800 pacientes por mês. Em um ano, 9600. Em 33 anos de carreira, teria atendido cerca de 316 mil consultas no total. Descontados períodos de férias, congressos e outras poucas paradas, seriam pelo menos 250 mil consultas. Por baixo, 50 mil crianças diferentes atendidas. Não é exagero afirmar que 10% e 15% de filhos de guaraenses foram ou são pacientes do médico João Batista Pinto Arruda, ou simplesmente “dr. João”, de longe o pediatra mais conhecido da cidade. Entre esses pacientes, alguns estão na segunda geração – pais que foram pacientes e trouxeram os filhos.

O curioso na história do dr João é que ele é medico por acaso. A Medicina era a quinta opção do jovem goiano de Catalão, que veio para Brasília com o objetivo de estudar Engenharia Elétrica, seu sonho de infância. Sem conseguir ser aprovado no concorrido vestibular da UnB, ele resolveu apostar Medicina e conseguiu ser aprovado. Enquanto estudava Medicina na UnB, resolveu fazer também Jornalismo, dada à facilidade de escrever e interpretar desde às primeiras séries escolares. Formado em Jornalismo pelo Ceub em 1984, foi trabalhar no Jornal de Brasília levado por um amigo, conterrâneo de Catalão, o jornalista João Só, um dos editores do diário da família Câmara no DF. Trabalhou lá por seis anos como revisor, função conhecida como “copy desk” no jornalismo. Depois de completar a  residência em Pediatria, se viu obrigado a optar entre a sua segunda paixão profissional, o Jornalismo, e a Medicina, uma escolha por acaso. Para sorte dos seus 50 mil pacientes, João Batista escolheu a Medicina, por quem se apaixonou com o tempo.

Já na profissão, abriu um consultório no térreo do Edifício Consei em 1987. Depois, foi para um espaço mais amplo no sexto andar até que surgiu a oportunidade de adquirir um espaço próprio, no edifício Pedro Teixeira, na QI 33, em 1994, onde está até hoje em sete salas no primeiro andar e uma loja no térreo. Além da Pediatria, que dr. João divide com a filha Paula, também pediatra, a Policlínica Guará oferece várias especialidades, através de outros médicos que fazem parte da equipe. A mulher, Luzia, amplia o leque de opções com uma clínica de beleza no subsolo da loja térrea.  Somente o filho João não atua diretamente no meio, mas está ao lado fisicamente com uma barbearia no térreo do próprio edifício Pedro Teixeira.

Paixão pela leitura

Bom de papo, dr. João conta que a Medicina lhe trouxe duas grandes satisfações, a de ter ajudado a tratar tanta gente e a de ter conhecido tantos outros pais e filhos, e feito inúmeras amizades. Mesmo tendo abandonado o Jornalismo, a paixão pela leitura continua. É um devorador de livros. “Leio de tudo, inclusive sobre medicina (risos). Chego em casa, tomo banho, lancho e vou ler”, conta.

Aos 70 anos, ele não pensa em se aposentar. “O mais conhecido e mais antigo pediatra de Brasília, Antônio Lisboa, acabou de se aposentar aos 93 anos. Penso que posso chegar pelo menos ao 90”, garante. Vontade e saúde é que não lhe falta. Além de apaixonado confesso pela profissão, ele frequenta academia três vezes por semana, o que lhe proporciona um físico esguio. A mente, além da leitura, é exercitada com a especialização na língua inglesa, depois de ter estudado durante seis anos na escola Thomaz Jeferson e ler diariamente o jornal New York Times pela internet.

A ironia na vida do dr. João, é que mesmo tendo a criança como ganha-pão ele não tem neto, porque os dois filhos ainda são solteiros.

 

Crescimento

Mesmo com tanta experiência, João Batista não descuida da atualização e da reciclagem da Medicina pediátrica. “A Internet criou um novo paciente, o que pesquisa antes de chegar aqui com os exames do filho.  Preciso estar atualizado para responder aos questionamentos dele”, explica. Além da leitura de livros e artigos especializados, ele conta que participa de todos os congressos de Pediatria, realizado de dois em dois anos.

“O que mais gosto na minha profissão é que não tem rotina. São casos e pessoas de níveis diferentes a cada consulta. Acabo de atender a uma família de juiz e recebo a família de um porteiro de prédio.  Isso é muito interessante e enriquecedor pra mim como pessoa e como profissional”, conclui. O bom papo da entrevista foi interrompido pelo repórter, preocupado com a quantidade de crianças que aguardava na recepção para ser atendido pelo dr João. Por ele, o papo continuaria.