A Administração do Guará é responsável por vários imóveis na cidade, entre eles a própria sede, incluindo o teatro, a nova e a antiga Casa da Cultura, o Salão de Múltiplas Funções, o Centro de Convivência do Idoso, o estádio, o ginásio e imóveis menores. Já foram mais no passado, já que a residência oficial do administrador regional (cedida à Abrace), a Casa das Pedras (cedida à APAE) e o Salão Comunitário da QE 42 (cedido ao Samu) não são mais responsabilidade do órgão. Todos os imóveis, sem exceção, têm problemas. São goteiras, instalações elétricas precárias, paredes descascadas ou até mesmo descolando das vigas (caso do camarim do teatro), mofo e problemas no piso. Alguns estão sem condições de uso pela população.
O curioso é que dinheiro para a reforma desses imóveis púbicos não falta. Todo ano parte do dinheiro arrecadado, principalmente com a ocupação de áreas públicas por terceiros, retorna ao orçamento do governo. No ano passado, R$ 266 mil foram devolvidos aos cofres do GDF por não utilização. Esses recursos estavam destinados justamente à reforma dos prédios públicos. A situação tem se repetido nos últimos seis anos, quando cerca de R$ 1,5 milhão foram devolvidos neste período.
Falta estrutura
A Administração tem a prerrogativa de elaborar o projeto e licitar a obra. Mas, o órgão não realiza uma única licitação há vários anos. Nem mesmo uma Comissão de Licitação dispõe mais, por falta de pessoal qualificado para as funções exigidas. A saída encontrada é descentralizar (ou enviar) os recursos à Novacap ou para outra secretaria de Estado para que execute as obras ou serviços. Em 2020, os R$ 266 mil foram enviados à Novacap apenas no dia 10 de novembro, quando não havia tempo hábil para realizar uma licitação, já que o recurso não pode ser executado no período posterior. Por isso o recurso foi devolvido.
O mesmo aconteceu com uma emenda parlamentar do deputado Rodrigo Delmasso de R$ 500 mil, destinada para a reforma e construção de calçadas. O recurso foi devolvido por falta de interesse e empenho da Administração Regional do Guará em acompanhar e garantir a conclusão de um processo licitatório.
Segundo a administradora do Guará, não foi possível reverter o descaso de décadas em sua gestão, mesmo estando há quase dois anos no cargo. “Estamos trabalhando muito e continuaremos trabalhando para reformar todos os próprios da Administração do Guará. Neste momento estamos elaborando um Plano de Manutenção dos Próprios que vai nos permitir agilizar as reformas”, explica a administradora Luciane Quintana. Apenas durante a gestão de Luciane, entre 2019 e 2020, mais de R$ 500 mil destinados a este fim foram devolvidos ao cofre do GDF por falta de execução.