O sonho de se construir um grande hospital no Guará para atender toda a região começa a se tornar realidade. Nesta segunda-feira, 22 de março, o Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas (PPP) aprovou o início dos estudos de viabilidade de construção e gestão do Complexo Hospitalar da Região Centro-Sul através de parceria com a iniciativa privada.
A proposta da PPP foi encaminhada ao Conselho pelo deputado distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos), morador do Guará após constatar que o Governo do Distrito Federal não incluiu o hospital entre suas prioridades e nem houve interesse da bancada do DF no Congresso em destinar emendas parlamentares para o projeto.
“Hoje, damos mais um passo para concretizar o sonho de tirar o projeto do hospital do papel. Acredito que com a parceria da iniciativa privada em breve teremos o complexo construído e à disposição da população”, comemora o deputado Delmasso, que é vice-presidente da Câmara Legislativa.
Vai demorar um pouco
Embora seja o primeiro sinal da realização do sonho, a implementação do projeto ainda é longa e burocrática. Após os estudos preliminares, virá a Proposta de Manifestação de Interesse (PMI), quando é sondado o termômetro do mercado em relação à privatização, seguido da elaboração do projeto final, que será submetido aos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do DF e Procuradoria do DF. Vencidas essas fases, coordenadas pela Secretaria de Projetos Especiais, o governo elabora o edital e promove a licitação. É um processo semelhante ao que está acontecendo com a PPP do Cave, que começou a ser discutido há quatro anos, mas somente agora está pronto para ser licitado, embora Delmasso e o secretário de Projetos Especiais, Roberto Andrade, apostem em bem menos tempo, dada à expertise adquirida pela equipe que trabalha em projetos de parceria com a iniciativa privada.
“Estamos com vários projetos em andamento na Secretaria de Projetos Especiais e todos eles consolidam esse viés de Parcerias Público-Privadas, consolida essa política do governador Ibaneis Rocha de aproximação com o empresariado. Se não fosse por essa confiança no GDF, não teríamos tantas empresas interessadas em investir aqui. Só para se ter uma ideia, no PMI de concessão do Aterro Sanitário, 22 empresas entregaram documentação. Ou seja, 22 empresários querem desenvolver estudos de modelagem técnica, econômico-financeira e jurídica para esse projeto”, explica o secretário de Projetos Especiais, Roberto Andrade. “Como modelo de gestão, apontamos a mesma estratégia utilizada nas Santas Casas, que atendem pacientes que possuem convênio de saúde e também pelo SUS”, completa o deputado Delmasso.
Como será o hospital
Com 365 leitos, sendo 245 para enfermaria, 30 para UTI adulto, 10 para a neonatologia e 90 para o pronto-socorro, uma central de diagnóstico, um laboratório completo, o futuro Hospital Regional da Região Centro-Sul, que deverá ser construído na QE 23 do Guará II, será o de maior capacidade e o mais bem equipamento do Distrito Federal entre os hospitais públicos. Em dimensão e capacidade de atendimento, vai superar o Hospital de Base e o Hospital da Asa Norte (HRAN).
A previsão é que a obra fique pronta em dois anos após seu início e pelo menos mais um ano para que seja equipado e tenha a equipe inicial montada. O custo total está previsto inicialmente em R$ 390 milhões, sendo R$ 160 milhões para a construção e outros R$ 230 milhões para os equipamentos e formação do quadro técnico e de apoio, mas essas projeções podem ser alteradas pelo concessionário, desde que o projeto básico aprovado não seja alterado.
