Expedito Veloso é economista e ativista cultural e socioambiental. É professor de Economia e Desenvolvimento Profissional, ex-diretor do Banco do Brasil, ex-Secretário Adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e é também secretário de Meio Ambiente do Partido dos Trabalhadores do DF. Ele chegou ao Guará em 1992, e morou na QI 08 até 1998, mas nunca perdeu a ligação com a cidade. Afinal, seu escritório sempre foi aqui, onde trabalha diariamente, na QE 13.
Com larga experiência na política, foi candidato a deputado federal pelo PT nas eleições passadas e já foi até prefeito de sua cidade natal, Porto Firme, em Minas Gerais, em 1988. “Tenho como característica principal a abertura para o diálogo, especialmente com os movimentos sócio culturais e com o setor produtivo. Inclusive esta semana estive na Federação das Indústrias de Brasília (Fibra) para debater problemas relacionados a geração de emprego e renda”, conta Expedito.
Agora, o economista pretende ampliar as suas ações e propõe fazer isso coletivamente. Ele articula 10 nomes para compor uma chapa e concorrer a uma cadeira na Câmara Legislativa para exercer um mandato coletivo, como tem acontecido em casas legislativas em todo o país. “Pelo menos um terço da composição do mandato coletivo será de pessoas do Guará”, promete.
Por que um mandato coletivo? Por que não optar por uma candidatura tradicional?
Fui candidato a deputado federal em 2018 e, como foi a primeira vez, e num momento em que o PT estava com a imagem muito arranhada, tivemos uma votação modesta, mas acreditamos na viabilidade da nossa candidatura, agora como distrital.
Em princípio, eu seria candidato no modelo tradicional. Entretanto, comecei a identificar as vantagens do mandato coletivo e me apaixonei pela ideia. Vejamos alguns aspectos: podemos aglutinar muitas competências e experiências num mandato só; teremos acesso a vários públicos e eventos ao mesmo tempo, ou seja, o gabinete estará em vários lugares simultaneamente; podemos ter a presença de lideranças de mais de um partido, e, mais ainda, podemos contemplar a diversidade na composição do mandato: idades diversas, gêneros, raça, religiões etc.
E traremos muitas experiências em decisões coletivas. Como ex-diretor do Banco do Brasil, onde a decisão era colegiada, e também no Observatório Urbanos, na QE 13, percebi que num coletivo, a qualidade das nossas decisões e ações melhoram muito.
Qual será a composição deste mandato? Qual o perfil dos candidatos a co-deputados distritais que tem buscado?
Nossa proposta é de um coletivo com 7 titulares e 3 suplentes, sendo estes distribuídos em pelo menos 4 Regiões Administrativas, respeitando a igualdade de gênero, e tendo representação de jovens e negros.
Você é filiado ao PT e naturalmente será este o partido “oficial” do mandato. Será, portanto, um mandato de esquerda?
Sim. Todos os convidados para o mandato coletivo serão do campo da esquerda.
Como você enxerga a dependência orçamentária das cidades, representadas pelas administrações regionais, da Câmara Legislativa e seus deputados?
O GDF precisa promover uma descentralização administrativa e estabelecer orçamentos de forma regionalizada. Pra isso, precisa instrumentalizar as administrações regionais. No nosso mandato coletivo, pretendemos decidir a aplicação das nossas emendas parlamentares de forma participativa. Queremos transformar o valor de mais ou menos R$ 18 milhões anuais num instrumento de participação popular. E certamente o Guara será uma das cidades priorizadas.
Por ser um mandato coletivo, a população terá mais acesso aos co-deputados, e assim, mais voz nas suas ações?
Certamente. Pelo menos em cada uma das 4 Regiões Administrativas que terá representação no nosso mandato coletivo, a população terá acesso cotidiano aos co-distritais e criaremos mecanismos de participação popular no nosso mandato. Hoje, com as tecnologias disponíveis, podemos inclusive, permitir que a comunidade possa participar das decisões.
Queremos ser uma referência nacional em mandato coletivo. Sairemos em 2026 com uma grande contribuição com o pais, de tal forma que seremos uma fonte de inspiração para outros mandatos coletivos.
Para não errarmos, estamos debatendo muito. Estamos estabelecendo objetivos claros. E as Diretrizes e Princípios do Mandato Coletivo estão sendo discutidos à exaustão.
Só de termos um mandato que não será personalista e que a população votará em um deputado, mas que poderá contar com 7 cabeças para decidir, isto trará muito mais qualidade na nossa ação politica.