O ensino integral não é novidade para ninguém, mas o modelo ganhou ainda mais relevância, no Guará, com a pandemia. Muitos pais estão, há mais de um ano, trabalhando em home-office e, durante o expediente, não conseguem dar a devida atenção aos filhos por conta dos compromissos profissionais. Dentro dessa conjuntura, a educação integral tem se tornado a solução para muitas famílias.
É uma oportunidade para a comunidade escolar estimular as crianças além do que é vivido no ambiente da sala de aula, aproveitando temas cotidianos para contextualizar o dia a dia do estudante. Trata-se de uma modalidade que oferece uma aprendizagem significativa com grande valia para o desenvolvimento do aluno.
Afinal, estar dentro do espaço escolar com profissionais dedicados, fora do horário regular de aula, é a oportunidade de otimizar as aprendizagens, de maneira muito lúdica, repleta de experimentações e significados.
“O ensino integral é uma concepção que compreende educação garantindo o desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões – intelectual, física, emocional, social e cultural – e se constitui como projeto coletivo, compartilhado por crianças, famílias e educadores. Não podemos pensar nesse modelo como local de apenas fazer dever e ler o conteúdo, mas principalmente de trabalhar com as crianças a rotina de qualidade”, explica Nathália Ferrari, coordenadora dos segmentos infantil e ensino fundamental anos iniciais do Elite Rede de Ensino – que conta com a unidade Elite Guará.
Janaina Vieira, professora e mãe do pequeno Miguel Vieira, de três anos, – aluno da educação infantil –, conta como o período de dupla jornada foi desafiador. “Em 2020, trabalhei em home office e fiquei com meu filho em casa. Mesmo me esforçando, percebi que não conseguia fazer as duas tarefas do jeito que gostaria. Trabalho em mais de uma escola, em uma delas com educação inclusiva. Nessa modalidade, o professor precisa ter um olhar diferente. Vi a necessidade do Miguel voltar para a escola em dois períodos. Dessa maneira, meu filho e meus alunos têm um ensino e um desenvolvimento de qualidade”.
O desenvolvimento de habilidades e de competências nesse modelo é nítido. “Temos uma rotina dedicada a alimentação e higiene e ela se torna interessante, pois trazemos vídeos, canções que explicam a importância de agir daquela maneira e naquele horário. Em casa, as crianças tendem a não ter uma organização e nem sempre sabem por que estão realizando aquela tarefa. Quando assiste a um vídeo, escuta uma música ou brinca em seu lar, por exemplo, é raro a família conversar sobre o que viu, a parte que mais gostou, se concorda com determinada atitude do personagem ou com as regras do jogo e sobre os sentimentos experimentados. Portanto, torna-se algo vazio. Mas, dentro da proposta do formato sugerido, temos professores e alunos interagindo a partir dessas vivências”, destaca Nathália.
Na visão de Glaucia Sobral, supervisora da educação infantil ao ensino fundamental anos iniciais do Elite, na escola, ao educador propor uma ida ao parque, não se trata de só ir brincar, mas sim de compreender alguns pontos: há horários determinados e existem regras sociais a serem cumpridas, como esperar na fila para ir a um determinado brinquedo. São ações que parecem orgânicas, mas que, na educação integral, são experimentadas de maneira positiva. Ao ver uma borboleta por exemplo, a escola pode aproveitar para torná-la tema de uma aprendizagem e falar sobre o ciclo dela e sobre como chegou até ali.
“De forma alguma estamos deixando de lado o papel da família nesse processo de aprendizagem, mas tornando o momento familiar mais prazeroso no sentido de ser apenas uma participação e acompanhamento de tudo que está acontecendo. É destinar um tempo para conversar, descobrir o que a criança está vivenciando e trocar informações sobre o que cada um sabe sobre aquele determinado tema, não sendo uma sobrecarga de estudarem juntos, após um dia cansativo de trabalho, porém uma oportunidade de a família se encantar com o processo de maturação e autonomia da criança”, afirma Glaucia.