Mesmo sendo a mais antiga e tradicional feira livre do Distrito Federal, a Feira Permanente do Guará não constava do roteiro turístico oficial de Brasília, o que é organizado e divulgado pela Secretaria de Turismo do DF. Mas vai passar a constar, a partir da visita da secretária Vanessa Mendonça à cidade na semana passada. Durante a visita, ela se reuniu com representantes dos feirantes, ouviu as reivindicações da categoria e se convenceu de que a Feira do Guará é uma atração importante para o turismo brasiliense, mesmo perdendo parte de sua proposta original.
Acompanhada da administradora regional Luciane Quintana, a secretária foi informada que a Feira do Guará conta com 600 bancas e registra um movimento de aproximadamente 50 mil pessoas de quarta a domingo, menor apenas que o público da Feira dos Importados. Mesmo tendo parte de hortigranjeiro e venda de cereais perdido espaço para os produtos industrializados e importados nos últimos anos, a feira ainda oferece uma requisitada gastronomia regional, principalmente a nordestina, e o mais concorrido mercado de peixes do Distrito Federal.
Criada em 1969 onde é hoje o comércio da QE 7 e transferida para o Cave em 1979, a Feira sofre com problemas na sua estrutura física, mas aguarda prometidas reformas que podem transformá-la na mais moderna do DF – a reforma completa, que custaria cerca de R$ 20 milhões, foi abortada a pedido dos próprios feirantes, que ficaram preocupados com a possibilidade de fechamento das bancas por até um ano até a conclusão das obras. Ficou resolvido então que a reforma será mais modesta, suficiente para resolver os problemas mais complicados da estrutura, sem necessidade de interromper o atendimento.
Peixarias concorridas
Um dos destaques da feira são as bancas de peixes, que atraem consumidores de todo o Distrito Federal, pela variedade e cuidados que oferece. Pesquisa desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da Univer-sidade de Brasília (UnB) identificou critérios para distinguir a qualidade dos produtos comercializados no local – como o frescor do peixe advindo de recente captura, as condições de conservação a frio, a limpeza e organização do ambiente, o conhecimento dos funcionários sobre os produtos comercializados, a variedade de peixes procedentes do mar e dos rios e o atendimento personalizado.
A diversidade, aliás, é o diferencial da Feira do Guará, que tem itens originários de várias regiões do país. É o que ressalta o empresário Sávio Kzam, que frequenta a o local há muitos anos e adquire produtos para sua sorveteria, de grande movimento. “Na Feira do Guará, eu encontro alguns produtos típicos, como a goma de tapioca, porque eu produzo tapioca no meu estabelecimento”, conta. “A farinha de tapioca, eu uso para fazer sorvete; o meu sorvete de tapioca é o mais tradicional o mais conhecido em Brasília”.
“O brasileiro adora feira, e é natural que quem vem a Brasília tenha o prazer de conhecer uma das mais belas e diversificadas feiras públicas do Distrito Federal”, garante o presidente da Associação Comercial Varejista da Feira do Guará, Cristiano Jales.
