Para quem mora na quadra Lúcio Costa e precisa atravessar a EPTG, seja para acessar o Guará I ou mesmo pegar um ônibus, tem uma única opção segura: passar pela passagem subterrânea. Até semana passada, a passagem era escura, suja e com sérios problemas causados pela falta de manutenção. Mas, depois do último final de semana, o local virou ponto turístico. Moradores da redondeza saem de casa apenas para apreciar a nova passarela, agora iluminada, limpa e completamente coberta de arte.
O Departamento de Estra-das de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) passou uma semana realizando serviços de manutenção de toda a passagem de 150 metros de extensão por cinco metros de largura, como limpeza, pintura, colocação de grades e iluminação, além de 12 lixeiras novas.
Para coroar o trabalho, aproximadamente 70 grafiteiros de diversos pontos do Distrito Federal e também de Goiânia, Anápolis e de Belo Horizonte, deram vida e beleza às paredes da passagem subterrânea através da arte. As manifestações artísticas ficaram a cargo do coletivo candango Graffiti da Capital.
Moradores empenhados
Essa renovação do espaço público apenas aconteceu pela mobilização promovida pela Associação de Moradores do Lúcio Costa, a Ampluc. A demanda da associação de moradores é antiga. Os representantes da comunidade discutiram o assunto em 2017 no Conselho de Segurança do Guará. Em 2018 começaram os contatos com a CEB, DER, 4º BPM e Administração do Guará. E apenas agora conseguiram apoio do DER para a reforma, através do gerente de operações Murilo Santos.
“A passarela subterrânea tem cerca de dez anos e durante esse período aconteceram raras ações de manutenção integrada. Sempre escura, molhada e suja, constantemente sofreu ações de vândalos, com pichações, roubos de componentes de iluminação e tampas de escoamento de água, além do acúmulo de lixo e os constantes furtos a pedestres e ciclistas. A Ampluc e os usuários da passagem fizeram diversas solicitações aos órgãos públicos para que houvesse manutenções periódicas e rondas policiais em horários de maior circulação, até que, em março de 2018, um catador de recicláveis foi encontrado morto no início da manhã, confirmando as nossas preocupações e o medo crescente entre aqueles que dependiam daquele trajeto”, conta Patrícia Calazans Oliveira, presidente da a Ampluc.