Alecrim Smoke House – Especializada em carnes defumadas

Bem ao gosto do americano, as carnes defumadas estão ocupando espaço também na gastronomia brasileira, principalmente para quem busca algo diferente das cozinhas brasileira, chinesa, mexicana… No sul do país, as casas de barbecue (fumaça em inglês) até que são mais comuns, mas por aqui são novidade. Talvez isso explique o sucesso do Alecrim Smoke House, aberto há apenas 11 meses na QE 26 do Guará II e que está superando todas as expectativas dos empreendedores. Na maioria das vezes, há fila de espera por um lugar, o que ainda não é muito comum na retomada do pós pandemia para os bares e restaurantes.
A casa abriu em dezembro do ano passado no espaço onde funcionava o restaurante Ponto 26, na praça da quadra. É a segunda experiência no ramo do jovem casal Jonathan Nobre (27 anos) e Agatha (26 anos), que já tinha uma casa com serviço e nome semelhante em Samambaia há três anos e resolveu apostar no gosto apurado e no bom poder aquisitivo do guaraense.
O Alecrim não é exatamente um bar e nem um restaurante. Ou melhor, é os dois. Quem vai lá, enquanto curte o ambiente aconchegante, pode degustar drinks autorais e cervejas especiais, e aproveitar para apreciar as carnes com sabor de fumaça, sem qualquer contato com o fogo. Ou ainda uma parrilha na brasa ou os hambugers defumados, tudo criado pelo jovem casal empreendedor.
O bar funciona durante a semana, das 18h às 23h30, começando com um happy hour até 20h (com duas doses de drinks e entradas mais em conta – pão de alho, croquete e batata cheddar). Aos sábados e domingos, abre para almoço, mas à la carte, com as mesmas opções de carne.

Ao gosto americano

Entre as opções, um das mais pedidas é a costelinha suina, com molho barbecue artesanal, a R$ 37,90 a porção. Pode ser também o bife ancho (contra-filé) à parmegiana, acompanhado de arroz, fritas e o molho de tomate defumado, a R$ 49,00 o prato. Para quem aprecia a parrilha, a casa oferece um prato para quatro pessoas, com quatro proteínas (bife ancho, chorizzo, assado de tira e linguiça), acompanhado de mandioca, pão de alho, farofa e fritas, por R$ 215,90 para quatro pessoas. E ainda o American Platter, muito tradicional nos Estados Unidos, uma bandeja para quatro pessoas composta de cortes suínos e bovinos, brisket (peito bovino defumado), acompanhada de milho, batata rústica e macarrão com queijo, por R$ 179,00. Até nas sobremesas vai defumado, como o pudim e a torta de chocolate com suspiro.
No almoço aos sábados e domingos, Jonathan e Agatha criaram pratos voltados para a família ou para compartilhar em grupos, com as opções do cardápio, e uma vez por mês oferecem o costelão ao fogo de chão

A saga até chegar ao defumado

Um triste acaso vivido por Jonathan e Agatha foi o responsável pelo sucesso do Alecrim Smoke House. Vendedor de carro do grupo Saga, daqueles que superava todas as metas de vendas, Jonathan tinha um sonho de ter seu próprio negócio, para dividir com Agatha. Como gostava de carro e de cozinhar, teve a ideia de montar um food truck, onde pudessem criar suas próprias receitas.
De tanto procurar, em 2018 encontraram uma kombi 1980 no Gama, não muito conservada, mas isso não importava porque a intenção era adaptá-la para o food truck. Quando foram buscá-la para levar para Samambaia, onde moram, a kombi pifou no meio do caminho e teve que ser rebocada por guincho.
A segunda decepção foi no orçamento para a adaptação. Todos os especialistas consultados pediram o dinheiro que nem de longe o casal tinha. O jeito foi o próprio Jonathan colocar a mão na massa. “Tive que aprender serralheria, a cortar ferro e aço, a soldar. Quase perdi dedos, mas não desisti do sonho”, conta Jonathan, que fez tudo praticamente sozinho.
O projeto demorou dois anos para ficar pronto. Orgulhoso do próprio esforço, o casal resolveu reunir amigos e familiares para a inauguração do food truck em Águas Claras. Como não conseguiu aprender todos os segredos de elétrica, Jonathan não fez a fiação correta, sem contar outras barbeiragens que só um especialista no assunto sabe evitar. Resultado: no dia da inauguração nada funcionou, para frustração do casal e dos convidados.
Um mês depois, com a fiação refeita e outros defeitos corrigidos, finalmente o food truck ficou pronto e passou a ser uma atração no trânsito. Até que um dia, em frente ao Taguatinga Shopping, no Pistão Sul, uma pane no motor provocou um incêndio que destruiu o sonho de dois anos em apenas 20 minutos.
Sem desistir do sonho, mas sem dinheiro para recomeçar, compraram uma carretinha, onde resolveram oferecer comida defumada, que ele aprendeu a fazer pela Internet e num curso em Goiânia, até que veio um convite para ocupar uma das lojinhas do Espaço Gastronômico de Samambaia. Mais uma vez, ele construiu tudo sozinho, apenas com alguma ajuda de Agatha e de um tio dela. “Fiz de tudo, fui pedreiro, ajudante de pedreiro, serralheiro…”, conta. Mas, para começar o negócio, tiveram que vender o ágio de uma casa que possuíam em Águas Lindas de Goiás.
Deu certo. A casa ia bem, mas eles queriam um espaço maior e em um local de melhor poder aquisitivo, quando surgiu a oportunidade no Guará. “Essa casa da QE 26 já é a nossa matriz”, garante o orgulhoso casal empresário, que sonha em expandir o negócio para outros locais em Brasília. Afinal, realizar sonhos e vencer desafios é com eles mesmo.