Emplavi compra Área 28-A por R$ 406 milhões

A empreendedora Emplavi arrematou o terreno de 165 mil metros quadrados, a Área 28-A, ao lado do ParkShopping, por R$ 406,67 milhões, na licitação da Terracap, aberta no início da tarde desta sexta-feira, 17 de dezembro. Foi a maior venda efetuada pela Terracap na sua história. O valor é R$ 53,67 milhões acima do preço mínimo que havia sido estipulado no Edital, que era R$ 353 milhões. Foram apresentadas apenas duas propostas.
O novo comprador pode escolher ocupar o terreno com um condomínio residencial, um hospital, hotéis ou qualquer outra opção que esteja dentro dos parâmetros ambientais para a região.

O que é a Área 28-A


Localizada na margem da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA), a Área 28-A é uma das mais bem localizadas no DF, primeiro por estar no principal eixo rodoviário da capital – a Epia se une à BR-020, seguindo em direção ao Norte e Nordeste do Brasil, e à BR-040, em direção ao Sudeste. A Rodoviária Interestadual e a estação do Metrô ficam a menos de um quilômetro, e está a menos de dez quilômetros do Aeroporto de Brasília. Ao lado do futuro novo setor guaraense, está o maior shopping do DF e os principais supermercados e novos prédios residenciais no Park Sul.
A Lei Complementar 916/2016, alterou a lei 1826/1998, que criou o parque. Mesmo perdendo a Área 28-A, o Parque do Guará cresceu de 304 para 346 hectares. A nova poligonal foi desenhada ainda no governo de Agnelo Queiroz, por uma comissão composta pelo então presidente do Instituto Brasília Ambiental, Nilton Reis, representantes da Administração do Guará e defensores do parque moradores da cidade, chamada de Comissão de Regularização Fundiária do Parque Ecológico Ezechias Heringer.
Além de estar fisicamente separada do Parque do Guará pela pista de acesso ao Parkshopping e pela Estrada Parque Guará, a Área 28-A é alvo de especuladores e do mercado imobiliário há anos. O próprio Governo do Distrito Federal, durante a gestão de Cristovam Buarque, autorizou a limpeza de toda a área, o que destruiu a vegetação nativa, para a instalação de um parque aquático, que seria construído e explorado por um empresário brasiliense da área de informática, amigo e financiador do ex-presidente Lula.
A iniciativa frustrada resultou em um grande lote terraplanado e transformado posteriormente em estacionamento e alvo de invasores, que brigaram na Justiça, e perderam, pelo direito a ocupá-lo. Este foi justamente o argumento do presidente da Terracap na época, Júlio Cézar Azevedo Reis, durante a audiência na Câmara Legislativa em junho de 2016 para justificar o interesse da companhia na área e propor a troca por outras de maior interesse ambiental e contíguas ao Parque do Guará. “A proposta retira do parque áreas antropizadas e sem vocação ambiental. Por outro lado, acrescenta áreas com vocação ambiental e que não estão protegidas, como campos de murundus, que são propícios à absorção da água e alimentam lençóis freáticos”, explicou Júlio César.