Movimento Cultural contra a PPP do Cave

Artistas e produtores do Guará manifestam-se contra a entrega do complexo cultural e esportivo para a iniciativa privada

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Nos últimos dias de 2021, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) autorizou a Secretaria de Projetos Especiais (Sepe) a dar prosseguimento ao processo de licitação para concessão do Clube Vizinhança, do Ginásio de Esportes e do estádio e áreas adjacentes, do Complexo Esportivo e de Lazer do Guará (Cave). “Em 2021 arrumamos a casa, e com o apoio do GDF estamos levando mais esporte e lazer para todos. Estamos trabalhando para que logo todas as questões sejam superadas, deste modo, vamos possibilitar o acesso da população do Guará para a prática de esportes no local”, afirmou a secretária de Esporte, Giselle Ferreira, na ocasião.

Mas, o movimento cultural do Guará, formado por artistas, produtores e lideranças comunitárias é contrária à entrega do Cave à iniciativa privada e promete fazer barulho. “Reivindicamos que os equipamentos culturais, recreativos e esportivos, todos públicos, do Centro Administrativo de Lazer, Cultura e Esporte, permaneçam na alçada pública e fiquem à disposição da população do Guará de forma gratuita e permanente e que o Distrito Federal faça sua manutenção periódica e rotineira para o bom funcionamento dos mesmos”, declara um dos porta-vozes do movimento, o músico Rênio Quintas. Rênio é uma das lideranças culturais mais ativas do Distrito Federal e acumula muita experiência na luta pelos direitos da classe.

Para o movimento, o GDF, através da Administração do Guará, tem deixado de investir nas estruturas existentes para provocar um ponto de não retorno, quando não será mais possível recuperar os equipamentos. “Daí se depreende o abandono completo dos equipamentos culturais esportivos e de lazer do Cave para atender aos interesses do capital”, resume o músico, que também é presidente do Conselho de Cultura da cidade. Ele ainda argumenta que o Taguaparque, em Taguatinga, está recebendo investimentos de mais de R$ 15 milhões, apesar do Teatro da Praça, tradicional espaço cultural da mesma cidade, estar abandonado.

Ações contra a PPP

O movimento entrou com uma queixa no Ministério Público do DF e Territórios “contra o formato e a falta de transparência dessa PPP e no Tribunal de Contas do DF com uma queixa na ouvidoria pelo fato do Conselheiro Manoel Andrade ter exarado um voto favorável à continuidade da licitação, mesmo ainda com algumas correções no projeto às quais solicitaram acesso. O movimento solicita ainda acesso ao plenário para expressar contra a forma dessa Parceria Público-Privada.

“Estamos propondo uma ampla mobilização da comunidade do Guará contra essa violência que o GDF comete contra nossa cidade e nossa população no dia 14 de janeiro próximo, quando coletaremos mais assinaturas além das mais de duas mil que já coletamos no site Change.org (link abaixo)”, propõe o maestro.

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