A polêmica eleição no Guarápark

Dois grupos de moradores disputam a prefeitura comunitária. Oposição reclama da falta de transparência da atual gestão. Prefeita diz que é campanha eleitoreira

Ainda não são as eleições gerais brasileiras, que vão acontecer em outubro, mas uma outra eleição está atraindo muito o interesse dos moradores do condomínio horizontal GuaráPark, ex-Colônia Agrícola Águas Claras. Marcada para o dia 26 de março, a eleição do novo conselho diretor da Prefeitura Comunitária está cercada de polêmica e será disputada por dois grupos, um de continuidade à atual gestão, presidida há seis anos por Tânia Coelho, e outro de oposição, liderado pela advogada Gleide Soares. A candidata do grupo da situação deverá ser a professora Juliana Assunção.

Tânia Coelho nega que tenha se beneficiado politicamente do cargo e enumera benfeitorias que teria conseguido para o setor

O grupo de oposição acusa Tânia Coelho de centralizar as ações da prefeitura sem ouvir os moradores e de se autopromover politicamente no cargo. Tânia, por sua vez, enumera uma série de conquistas da sua gestão, a principal delas a aceleração do processo de regularização dos condomínios horizontais do Guará – Guarápark, Bernardo Sayão e Iapi – e várias benfeitorias que teria conseguido para a quadra junto ao governo. Tania minimiza as críticas e afirma que elas são eleitoreiras e teriam o objetivo de desgastá-la com parte dos moradores em busca de votos.

Gleide Soares reclama da falta de transparência nas ações da prefeitura e da falta de interação com os moradores
Centralizadora?

“Tânia transformou a prefeitura num palco para suas ambições eleitorais, inclusive como candidata a deputada distrital em 2018, além de se envolver politicamente com determinados parlamentares, o que acaba prejudicando o atendimento de algumas reivindicações do Guarapark”, critica Gleide Soares. Ela aponta um projeto que estaria sendo elaborado por Tânia para a criação de um parque ao longo do córrego Vicente Pires, numa faixa entre o córrego e as residências. “Ela não consultou os moradores e está apenas interessada nos recursos previstos naquela lei Nossa Quadra, do deputado Rodrigo Delmasso. Até agora a maioria dos moradores não sabe detalhes do projeto e nem dos impactos que ele viria proporcionar aos moradores das margens do córrego”, completa a candidata da oposição.
A polêmica entre os dois lados foi aguçada pela não realização de uma assembleia para discutir os critérios da eleição e formação da comissão eleitoral, marcada por Tânia para o dia 9 de janeiro. A própria prefeita não apareceu e justificou a ausência depois, alegando motivos de saúde. A assembleia foi remarcada para o próximo dia 20 de janeiro, quinta-feira. Outra polêmica aconteceu com a destituição do presidente do Conselho Fiscal da prefeitura, José Augusto de Jesus, supostamente por ele ter feito ressalvas na prestação de contas da Prefeitura. Mas Tânia dá outra versão e alega que ele foi destituído por não morar no Guarapark.
Tânia nega que tenha feito uso político da prefeitura em proveito próprio. “Que ganho político que tive em seis anos de gestão? Nenhum. Apenas me doei unicamente pensando em busca de conquistas para o setor”, garante.
Em relação ao projeto do parque, a prefeita afirma que ele foi sugerido pelo deputado distrital Rodrigo Delmasso, que ainda vai submetê-lo à discussão dos moradores.