Parque Ezechias Heringer ganha novo cercamento

Estipulada em R$ 1,3 milhão, obra está sendo realizada por meio de compensação ambiental e vai recuperar mais de 7 mil metros de cercas

Após três anos de espera, finalmente está sendo implantado o cercamento da nova poligonal do Parque Ezechias Heringer, o Parque do Guará. Com a nova cerca, o parque vai receber mais 42 hectares, passando de 342 para 346 hectares, como compensação ambiental pela liberação da Área 28-A, ao lado do ParkShopping, vendida pela Terracap em dezembro por R$ 406 milhões.O cercamento vai custar R$ 1,38 milhão e será pago pela própriaTerracap. A obra deveria ter acontecido há três anos, mas a primeira licitação, em 2019, foi cancelada porque a empresa vencedora desistiu do contrato. Há dois anos, a Terracap tenta promover nova licitação, mas o projeto teve que passar por ajustes técnicos e somente em outubro do ano passado a nova licitação pôde ser homologada. A implantação do cercamento da nova poligonal foi iniciada no dia 5 de janeiro e está prevista para ser concluída em 150 dias, início de agosto.
A Superintendência de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água (Sucon) do Ibram explica que 5.441,23 metros do cercamento estão sendo feitos em tubo galvanizado com tela eletrossoldada com três fios de arame, 857 metros somente com tela galvanizada, e 835,22 metros com tela galvanizada revestida em PVC. Para a superintendente da Sucon, Rejane Pieratti, a obra é de extrema importância porque contribui com a segurança, infraestrutura e preservação do parque. “Vai nos ajudar a enfrentar problemas como invasões à unidade e a utilização dela para colocação de lixo e entulhos”, afirma.
“Também vai ajudar a implementar outra área do parque, que é a área 27, localizada do outro lado da EPGU (Estrada Parque Guará), para o qual estão previstas, ainda este ano, várias intervenções de infraestrutura”, acrescenta Rejane Pieratti.

 

Aos poucos, moradores estão descobrindo o parque

Praticantes de caminhada e de exercícios físicos e esportivos vão trocando o calçadão do Guará II e as quadras das praças por um espaço muito mais seguro, aconchegante e saudável e usando cada vez mais o Parque do Guará. Em parte por causa da pandemia, que obrigou a redução de atividades em academias e locais fechados, e de outra parte por causa da divulgação do que o espaço oferece, a frequência e o uso do parque praticamente triplicaram nos últimos dois anos. Até 2019, cerca de duas mil pessoas utilizavam as trilhas, quadras, parquinhos infantis e equipamentos de ginástica, mas esse público hoje chega a até seis mil pessoas nos finais de semana.
Essa frequência, entretanto, poderia ser bem melhor se as opções previstas no Plano Diretor do parque fossem mais do que os 10% atuais, mesmo assim fruto de compensações ambientais. Por enquanto, quase nenhum investimento com recursos públicos. Mas, o que existe é suficiente para quem gosta e precisa caminhar, correr, andar de bicicleta, praticar esportes e respirar ar puro.
O governo Ibaneis garante que tem feito investimentos no parque, mas os únicos visíveis é o plantio de cerca de 900 mudas de plantas do cerrada, em parceria com grupos organizados da comunidade. “O Parque do Guará recebeu benfeitorias em 2013 e, desde então, não havia sido feita qualquer manutenção no local”, afirma Thúlio Moraes, secretário-geral do Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Tesouro verde

O parque fica aberto todos os dias das 6h às 22h e conta com boa iluminação em toda a área vivencial. Além de duas quadras poliesportivas, o parque dispõe de duas trilhas para caminhada -uma de piso asfáltico e outra maior, terra batida – dois parques infantis e banheiros públicos.
Banhado pelo Córrego Guará, o parque Ezechias Heringer é formado por cerrado típico e ainda conserva algumas nascentes de água cristalina. Tem centenas de espécies de plantas entre árvores, arbustos, flores, trepadeiras, além de cerca de 100 espécies de orquídeas catalogadas, nascentes e é dotado de grande biodiversidade, incluindo pequenos mamíferos, algumas espécies de répteis, pequenos roedores e diversos tipos de pássaros. Seu nome foi uma homenagem ao agrônomo pioneiro no estudo do cerrado, Ezechias Heringer, que identificou diversas espécies de orquídeas em todo o território do Distrito Federal.