O maracatu é uma manifestação do folclore brasileiro que envolve dança e música. Sua origem remonta a época do Brasil Colonial e consiste em uma mistura das culturas africana, portuguesa e indígena. É, portanto, uma expressão genuinamente brasileira, criada no estado de Pernambuco, sendo presente, sobretudo, nas cidades de Olinda, Recife e Nazaré da Mata.
Um dos expoentes do Maracatu Nação, Mestre Hugo Leonardo, vai ministrar duas oficinas na casa da Cultura na próxima semana. Para participar, basta legar qualquer instrumento de percussão (alfaias, caixas, agbe, ganzá, gonguê). e contribuir com uma taxa de R$ 30. “Queremos fortalecer o cenário cultural do maracatu do baque virado que se encontra em crescimento na região Centro-Oeste e promover melhores experiências”, explica o mestre.
Música e religiosidade
Dentro desta expressão cultural, há o Maracatu Nação, também conhecido como Maracatu de Baque Virado, que é uma forma de expressão que conjuga um conjunto musical percussivo a um cortejo real, que sai às ruas para desfiles e apresentações no período carnavalesco. O cortejo é composto por um conjunto de personagens que acompanham a corte real, ou seja, o séquito do rei e da rainha do Maracatu Nação e outras figuras como as baianas, os orixás, as calungas – bonecas negras confeccionadas com madeira ou pano e consideradas ícone dos maracatus nação – e outras que representam a realeza do maracatu. O maracatu nação é entendido como uma forma de expressão que congrega relações comunitárias, compartilhamento de práticas, memórias e fortes vínculos com o sagrado, evidenciadas por meio da relação desses grupos com os xangôs (denominação da religião dos orixás em Pernambuco) e jurema sagrada (denominação da religião de características afro-ameríndias).
O Maracatu Nação é a base de toda tradição cultural que hoje é disseminada pelo Brasil e outros países do mundo, uma forte expressão cultural do Nordeste Brasileiro que celebra a ancestralidade, sendo hoje uma das expressões mais importantes do ciclo carnavalesco do Nordeste, principalmente em Pernambuco.
O registro mais remoto do maracatu é em 1711, em Olinda, sua origem vem das coroações do Rei do Congo que aconteciam na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, embasado nas coroações da corte portuguesa, fazia-se um cortejo pelas ruas da cidade, o que originou o reinado que desfila atualmente no carnaval.
O maracatu nação possui diferentes “raízes” que constroem seu fundamento, sendo eles (Nagô, Bantu, Ketu e Angola). Essa relação entre nação e tradição influenciam diretamente os toques e louvações que conduzem o cortejo.
Oficina Maracatu Nação
Casa da Cultura do Guará
03 e 05 de Fevereiro – 18h às 21h
Valor sugerido: R$30 o dia
É necessário levar um instrumento (Alfaias, caixas, agbe, ganzá, gonguê)
61 98302 0348