Janaína Almeida, 45 anos, mora no Guará desde o nascimento, seus avós são fundadores do Centro Espírita André Luiz. Professora há 25 anos, em 2002 veio trabalhar no Guará. Já atuou em várias escolas da cidade, mas foi sua gestão à frente da Escola Classe 6 (QI 20 do Guará I), sendo oito anos como diretora, que deixou uma marca muito forte. Foi ela que reavivou a comunidade escolar, unindo professores, funcionários, pais e alunos em busca de melhorias para a escola. “Começamos a trabalhar numa perspectiva de acessibilidade sócio emocional. As questões sociais e afetivas influenciam muito na aprendizagem, por isso tratamos os estudantes como indivíduo e não como número de matrícula”, explica a professora. “Conhecia quase todos os 600 estudantes pelo nome, suas famílias, suas dificuldades e potencialidades. O grupo todo abraçou a ideia e formamos uma grande corrente com a comunidade em prol dos estudantes”.
Assim, a diretora alcançou grande popularidade e apoio entre a comunidade durante a sua gestão. “Sempre falo nas minhas palestras e intervenções pelo DF que no Guará temos uma escola de bairro que não tem muros. E é uma escola que está sempre conservada, porque a comunidade abraçou a escola. Sempre que algum pai via uma movimentação diferente em torno da escola avisavam. Esse zelo, esse afeto, muita faz diferença ”, garante.
Secretaria de Educação
No início do governo Ibaneis Rocha, Janaina Almeida assumiu a Secretaria Executiva de Organização do Trabalho Pedagógico, da Secretaria de Educação. Depois, passou por outros cargos no órgão e hoje está no gabinete do deputado federal Israel Batista, na Câmara dos Deputados. “O deputado é uma pessoa muito presente na educação do DF. Lembro de um momento muito especial quando ele aceitou ir até a escola fazer uma coordenação com as professoras da escola sobre a história do DF, tema que é especialista. Antes de deputado, ele é professor”.
Movimento negro
Janaína tem também longos anos de luta no movimento negro, seja na defesa das religiões afro-brasileiras, seja na educação e no trato com a comunidade. “As mulheres negras, principalmente, não podem fugir dessa prerrogativa. Afinal, somos mães, nossos filhos estão aí nas ruas cada vez mais acometidos por barbaridades. Eu me considero muito mais que uma militante do movimento negro, sou uma educadora antirracista. Eu acho que a educação como base de todas as coisas, tem condições de fazer com que todos compreendam que somos diferentes, a diversidade é linda, mas somos iguais em direitos”, avalia.
A professora é pré-candidata à deputada distrital pelo partido Solidariedade. Seu desejo é preencher uma lacuna na Câmara Legislativa. “Precisamos de representantes que sejam, além de mulheres e negras, que representem causas das minorias invisibilisadas”.
Mas, Janaína não esquece a cidade onde nasceu e vive. Sabe que tem compromisso com o Guará e com toda a comunidade que a tem apoiado nesta nova jornada.