Alguns podem não gostar do seu estilo de buscar e conseguir dividendos políticos pelo que faz, ou por ser centralizador e decidir as decisões com um pequeno grupo em sua volta, as duas maiores críticas que sofre dos seus adversários, mas é inegável que Rodrigo Delmasso tenha se tornado um dos principais expoentes da nova geração de lideranças do Distrito Federal. Afinal, ninguém consegue 23 mil votos para deputado distrital e tenha sido eleito vice-presidente da Câmara Legislativa por acaso. Isso tudo com apenas 38 anos – está agora com 41 anos. A própria trajetória política dele pode ser considerada precoce, por ter se tornado o mais jovem secretário de estado do GDF (do Trabalho) com apenas 29 anos e ter sido eleito deputado distrital pela primeira vez (está no segundo mandato) aos 34 anos.
Desde 2018, Rodrigo Del-masso Germano Martins é o padrinho político do Guará, por ser o único parlamentar morador da cidade e ter sido aliado do governador eleito Ibaneis Rocha desde as eleições.
Representante do grupo político que controla a igreja Sara Nossa Terra, um dos mais influentes do Distrito Federal, Delmasso não entrou na política pela igreja, como muitos imaginam. Mas também é inegável que ele se mantém na política por causa da igreja, de onde tira a maioria absoluta dos seus votos.
Do Paraná para o DF
Paranaense de Maringá, Delmasso veio para a Brasília acompanhando o pai João Martins (falecido há 15 anos), um dos maiores técnicos em transporte urbano do país – ajudou a desenhar o sistema de transporte de Curitiba, considerado o mais completo do país – que havia recebido um convite para assessorar um dos grupos que controlava o transporte público do Distrito Federal. Aos 10 anos, com a separação dos pais, ele voltou com a mãe para Maringá, mas aos 14 anos veio definitivamente para a capital federal.
A vida pública de Delmasso começou no movimento estudantil ainda em Maringá, como presidente do Grêmio Estudantil da escola que estudava, e continuou em Brasília, quando foi eleito presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Upis, depois presidente da Federação dos Estudantes de Administração (Fenead) até conseguir um lugar na diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde se destacou como um dos líderes do movimento que acabou com o monopólio da entidade de emitir as carteirinhas estudantis. “Fui um dos redatores da Medida Provisória emitida pelo governo federal para acabar com aquele monopólio. Convencemos o governo que o privilégio da meia entrada deveria ser uma decisão dos estudantes e das escolas e não de uma única instituição”, conta.
Na UNE, ele já representava a Socialista Estudantil, ligada ao PSDB do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Por militar na política nacional, Delmasso conviveu com atores do meio político como o atual ministro da Cidadania, João Roma, o ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas, falecido no ano passado, Manuela D´ávila, ex-deputada federal e candidata a vice de Fernando Haddad à Presidência em 2018, Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro, entre outros. “Com toda essa convivência é que forjei minha formação política”, gaba-se.
Morador do condomínio Bernardo Sayão, abaixo do Polo de Moda, há 11 anos, Rodrigo Delmasso divide seu tempo entre a intensa agenda política, os estudos de duas pós-graduações em Orçamento Público e Cidades Inteligentes – é formado em Gestão Pública, com pós graduação em Serviço Social – e o convívio com a mulher Daniele e os filhos Beatriz, Manuela, portadora de epilepsia, e Eduardo.