Numa reunião tensa e acalorada entre o governo, representado pelas secretarias de Cidade e de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e os moradores, ficou decidido que a obra da ciclofaixa na via central do Guará II está suspensa. Cerca de 200 pessoas se aglomeram no hall da Administração Regional para ouvir os representantes do governo e protestar contra a obra – ninguém fez a defesa.
Os dois secretários, Valmir Lemos, de Cidades, e Mateus Oliveira, da Seduh, tentaram inicialmente apresentar uma exposição sobre a obra, com apresentação de fotos e vídeos, mas assim que iniciaram foram interrompidos aos gritos pelos moradores, que exigiam a interrupção imediata do projeto. Sem clima para argumentações, os dois secretários – a administradora regional Luciane Quintana não quis se pronunciar – resolveram interromper essa parte e iniciar a discussão com os moradores, mas alguns exaltados impediam qualquer pronunciamento até mesmo de outros moradores que queriam dar sua opinião.
Com o clima cada vez mais tenso, o secretário Mateus Oliveira, depois de ouvir Valmir Lemos e os técnicos do governo, anunciou que estava suspensa a parte da obra que ainda não havia sido iniciada, os Trechos 2 e 3, entre a 4ª Delegacia de Polícia e o final do Guará II. A discussão ficou mais acalorada quando ele tentou sugerir uma reavaliação do que foi feito, para ver o que poderia ser aproveitado. Não houve acordo. Mas o secretário lembrou que a realização da obra havia sido uma determinação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que cobrou do governo a execução da contrapartida da Compensação Urbanística assinada em 2009, ainda no Governo Arruda, com as incorporadoras que construíram grandes edifícios na orla e no centro do Guará II. E explicou que a decisão definitiva somente poderia ser tomada em conjunto com o TCDF e depois negociada com as empresas que contrataram a empreiteira para a realização da obra.
Em relação aos trechos 2 e 3, ficou decidido que o governo vai apresentar um novo projeto para aproveitamento dos recursos restantes da compensação urbanística, no valor de R$ 4,3 milhões – na parte já realizada foram gastos R$ 1,2 milhão – que será submetido à apreciação de uma comissão de moradores, formada durante a reunião, e depois discutido em uma audiência pública o mais urgente possível.
Nessa audiência pública será discutida também uma solução para as obras já executadas no Trecho 1, se serão demolidas ou não. Por enquanto, Mateus Oliveira determinou que as obras sejam paralisadas e todas sinalizadas até a decisão definitiva.