É HOJE! Governo volta a discutir ciclofaixa com moradores

Depois de paralisar as obras, conforme acordado com moradores na segunda-feira passada, Secretarias de Cidades e de Habitação voltam a discutir o assunto hoje, às 17h, na Administração Regional

O governo e os moradores voltam a discutir os rumos das obras da ciclofaixa no centro do Guará II nesta segunda-feira, 4 de abril, às 17h, na Administração Regional. Será a segunda reunião entre os representantes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), de Cidades e da Administração Regional do Guará com os moradores depois da primeira tumultuada reunião realizada no dia 21 de abril.

Na reunião de hoje, os representantes do governo pretendem discutir com os moradores possíveis ajustes no projeto na tentativa de aproveitar pelo menos parte do que já foi executado. Na semana passada, o secretário Mateus Oliveira, a secretária executiva de Gestão do Território, Janaína Vieira, e o subsecretário de Projetos e Licenciamento de Infraestrutura, Vítor Recondo, estiveram na obra analisando o que já foi realizado pela empresa Hesa-20, contratada para executar a obra, e o que pode ser proposto aos moradores.

Secretário Mateus Oliveira (direita), acompanhado de técnicos da Seduh, esteve vistoriando as obras na semana passada

O secretário Mateus Oliveira informou, durante a visita, que a Seduh decidiu paralisar pelos próximos 15 dias as obras no trecho 1, que incluem uma ciclofaixa na via central do Guará II, e suspender as futuras construções nos trechos 2 e 3, “para que sejam levantados os pontos controversos e aberto um diálogo com a população”. Segundo Mateus, a Seduh encaminhou ofício à Administração Regional do Guará comunicando a determinação de suspensão enviada à empresa responsável pela obra. “Além disso, oficiou em 23 de março outro documento, desta vez ao Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), solicitando a sinalização da via para evitar confusões no trânsito e acidentes no local, em razão da paralisação das obras”, informa.

 

 

 

Moradores “exigiram” suspensão

Em reunião tensa e acalorada, técnicos do governo foram pressionados a suspender as obras e o projeto

Pressionados por mais de 100 moradores durante reunião na Administração Regional na semana passada, os técnicos do governo não tiveram outra alternativa a não ser o compromisso de paralisar as obras.  Os técnicos, coordenados pelos secretários Mateus Oliveira, secretário da Seduh, e Valmir Lemos, secretário de Cidades, chegaram a tentar apresentar soluções para a continuidade do projeto com ajustes, mas sequer conseguiram iniciar a exposição das propostas, porque o clima ficou tenso e não havia condições de discutir nada que não fosse a interrupção da obra.

“O objetivo dessa obra era trazer melhorias para a cidade. Se a a população entende que que, vamos suspendê-la”, tentou explicar o secretário Mateus Oliveira.  Para o secretário de Cidades, Valmir Lemos, “a população contribuiu com o projeto, ao mesmo tempo em que o governo deixou claro estar cumprindo uma determinação assumida há anos. Com isso, trazemos um pouco de tranquilidade a todos e voltamos a discutir algo que seja bom para todo mundo”.

 

Suspensão e reavaliação

Com o clima cada vez mais tenso, o secretário de Habitação, depois de ouvir Valmir Lemos e os técnicos do governo, anunciou que estava suspensa a parte da obra que ainda não havia sido iniciada, os Trechos 2 e 3, entre a 4ª Delegacia de Polícia e o final do Guará II, ao lado do edifício Pedro Teixeira. A discussão ficou mais acalorada quando ele tentou sugerir uma reavaliação do que foi feito, na tentativa de avaliar o que poderia ser aproveitado. Não houve acordo. Mas o secretário lembrou que a realização da obra havia sido uma determinação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que cobrou do governo a execução da contrapartida da Compensação Urbanística assinada em 2009, ainda no Governo Arruda, com as incorporadoras que construíram grandes edifícios na orla e no centro do Guará II. E explicou que a decisão definitiva somente poderia ser tomada em conjunto com o TCDF e depois negociada com as empresas que contrataram a empreiteira para a realização da obra.

Em relação aos trechos 2 e 3, ficou decidido que o governo vai apresentar um novo projeto para aproveitamento dos recursos restantes da compensação urbanística, no valor de R$ 4,3 milhões – na parte já realizada foram gastos R$ 1,2 milhão – que será submetido à apreciação de uma comissão de moradores e depois discutida em uma audiência pública o mais urgente possível.