MUSEU VIVO DA MEMÓRIA CANDANGA – A história de Brasília ao lado do Guará

Localizado entre o Iapi, a QE 46 e a via Epia, o museu guarda documentos e objetos que mostram o início da construção da capital. Mas ainda é pouco frequentado

Nem todos os moradores do Distrito Federal tem curiosidade ou interesse de conhecer a história da criação de Brasília, mas quem tem às vezes não sabe onde pesquisar. Para quem mora no Guará é mais fácil do que se imagina. Boa parte da história que deu origem à capital da República pode ser vista no Museu Vivo da Memória Candanga, entre as QEs 46, 56 e 58, o setor Iapi e a via Epia – a outra parte está guardada no Arquivo Público do Distrito Federal, na Asa Norte e no Museu da República, na Esplanada dos Ministérios.
E ainda outra parte dos moradores sequer já teve a curiosidade de saber o que está dentro do enorme terreno visto pela Epia ou pela avenida principal das quadras novas do Guará II (QEs 48 a 58). Ou o que guarda aquelas casinhas de madeira, coloridas, como se formassem uma bucólica vila. Ali, em 15 construções de madeira, em cores diferentes, além de objetos e documentos da história de Brasília, são promovidos cursos, exposições e eventos. E a entrada é livre e gratuita, basta ter vontade e curiosidade.
A falta de interesse ou de conhecimento de onde se localiza e o que oferece o Museu Vivo da Memória Candanga está comprovada na média de visitantes por dia, que antes da pandemia era de no máximo 180 pessoas e agora é que está alcançando cerca de 80 por dia, mesmo assim contando que a metade é de turistas em visita a Brasília levados em grupos por agências de viagens e de alunos das escolas públicas levados também em grupos. Visitantes avulsos ainda são poucos, considerando-se a qualidade e quantidade do acervo.


Mais atrativos

Para aumentar esse interesse e atrair mais visitantes, a direção do museu restaurou a exposição Poeira, Lona e Concreto, que mostra a realização do sonho do presidente Juscelino Kubstchek e dos candangos de criarem a nova capital do país na década de 50/60. Montada no Museu Vivo desde sua inauguração, em 1990, a exposição permanente conta com mais de mil itens e é composta por peças, objetos e fotos que narram a história da cidade, desde os projetos, a construção, até à inauguração.

O conjunto de casas de madeira
forma uma bucólica vila

Composta de diferentes ambientações, a mostra resgata a memória da época da chegada dos sonhadores candangos. A partir de fotografias, textos, móveis e objetos do início de Brasília, que vão desde documentos importantes – como os da Missão Cruls, projetos de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer – até as acomodações dos pioneiros, com detalhes da vida de inúmeras famílias, Poeira, Lona e Concreto faz com que a representação sociocultural se materialize para cada visitante. “Criamos também a exposição A Importância da Mulher na Construção da Nova Capital, que mostra, através de fotografias da época, a participação feminina em um universo predominantemente masculino, que era e é o da construção civil”, conta a gerente do Museu, Eliane Falcão.
Também para aumentar esse interesse existem os cursos e oficinas, em parcerias com Organizações Não Governamentais (ONGs), que, além da capacitação de pessoas carentes em bordado, crochê, cerâmica, tecelagem, acabam se tornando, acabam se tornando um atrativo para os visitantes.

A gerente Eliane Falcão quer aumentar a frequência do brasiliense, para conhecer as origens da capital

 

História

O Museu Vivo da Memória Candanga foi criado em 1990 – completou 32 anos em abril – e ocupa as instalações do antigo Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira, também conhecido como Hospital do Iapi. Na época do hospital, o conjunto de casas de madeira serviam de consultórios, internamentos e moradias de médicos que vinham trabalhar no início da construção de Brasília. Depois do fechamento do hospital em 1970, o espaço abrigou um posto de saúde comunitário, até a implantação do museu.
A charmosa alameda composta de casas simples e coloridas, cercada por árvores frutíferas, faz parte do cenário que torna o museu “vivo”. As dependências do Museu reúnem histórias de diversas famílias que tomaram rumos diferentes do que imaginaram urbanistas, engenheiros, missionários, políticos e arquitetos que idealizaram a nova cidade.
O ambiente alegre e com um ar interiorano mostra a identidade acolhedora do povo brasileiro. O espaço fala por si só, com uma verdadeira viagem ao passado com cenários, fotos e objetos antigos, representando o suor dos corajosos trabalhadores que começaram uma cidade do zero.

SERVIÇO

Visita guiada mediante agendamento prévio para escolas e grupos.

Exposições permanentes

“Poeira, Lona e Concreto” narra a história de Brasília desde os primórdios de sua construção até sua inauguração, em 1960. Conta com fotos de Mário Moreira Fontenelle, que foi o primeiro fotógrafo oficial de Brasília, e dos fotógrafos Peter Scheir e Joaquim Paiva. Apresenta ainda ambientações do Brasília Palace Hotel e do Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira.

“O Cerrado de Pau de Pedro”, exposição sobre o trabalho de Pedro de Oliveira e Barros, Seu Pedro, artista popular da região falecido em 2005. Peças de madeira feitas com madeiras recolhidas no cerrado, e “Os Muitos Mestres que Enriquecem Nossas Vidas”, exposição de artesanato e arte popular, com alguns mestres da região.

Oficinas do Saber Fazer

Cursos de formação de artesanato e arte popular, nas áreas de tecelagem, cerâmica, madeira, papel, etc. Têm a incumbência de registrar, difundir e recriar os saberes e modos de vida diversos da comunidade.

Via EPIA Sul, SPMS, Lote D

3301-3590

Segunda a sábado, das 9h às 17h