Com apenas 17 anos, o guaraense Jean Machado é o novo campeão mundial de jiu-jitsu, título conquistado em Los Angeles, no dia 4 de junho, durante o Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu, em Los Angels (EUA). O título teve mais significado porque Jean teve que lutar com o joelho fraturado durante os treinos antes da competição final.
De retorno ao Guará e quase recuperado da contusão, ele se prepara para o Campeonato Brasileiro sem Kimono, em agosto, no Rio de Janeiro, e o Campeonato Mundial sem Kimono, em dezembro, na Califória (EUA). A luta dele e da família agora é a busca por patrocínio para custear as viagens e os custos das competições.
Jean é praticante de artes marciais desde os quatro anos de idade – fez judô por sete anos, mas há dez anos se dedica ao jiu-jitsu, modalidade que participou de diversas competições nacionais e internacionais.
Por causa do título, Jean recebeu convites para treinar em São Paulo e até na Europa, mas preferiria continuar em Brasília, o que é difícil, segundo ele. “Infelizmente, além das dificuldades de conseguir patrocínio, falta estrutura e as competições tem pouca visibilidade”, avalia.
Família toda envolvida
A arte marcial na vida do Jean vem de berço – o pai, Robson, é faixa preta de karatê e de jiu-jitsu há 23 anos, com três graus na faixa preta e é o treinador dos próprios filhos. A família é toda envolvida com o jiu-jitsu. A irmã Kaline, com dez anos já segue os passos do irmão, e tem participado de competições com alto grau de aproveitamento. A mãe, Karine, é a maior incentivadora dos filhos e atua como colaboradora em projetos sociais que resgatam vidas e contribuem na educação de crianças, jovens e adultos, através da prática do jiu-jitsu e atividades socioeducativas desenvolvidas com os atletas, seus familiares e a comunidade.
A família desenvolvia o projeto social Homens de Pedra, com aulas de jiu-jitsu na garagem de casa no Setor Bernardo Sayão, Guará II, mas, durante a pandemia teve que suspender as atividades. Treinados pelo pai, Robson, cerca de 20 adolescentes, colegas de Jean, recebiam aulas da modalidade na garagem da casa da família, gratuitamente.
Karine e Robson pretendem retomar o projeto, mas, por causa das normas do condomínio que não permitem esse tipo de atividade, estão procurando um local na cidade mais adequado. “Precisamos de um espaço mais amplo, até para ampliar o projeto”, diz Karine. Enquanto isso, a família continua colaborando com o projeto Feras do Cerrado, em São Paulo, e com outro projeto social na igreja evangélica Carisma, na QE 40.
