Campanha de vacinação antirrábica antecipada

Medida foi anunciada após a confirmação do primeiro caso de raiva humana no DF em 44 anos. Foco será na imunização de cães e gatos. No Guará, por enquanto, só na Vigilância Ambiental

Para alertar e prevenir a população em relação ao vírus da raiva, a Secretaria de Saúde antecipou a Campanha de Vacinação Antirrábica para esta quarta-feira, 6 de maio. No Guará, a vacinação no Guará por enquanto está acontecendo no Núcleo Regional de Vigilância Ambiental, na QI 12, em frente ao Centro Espírita André Luiz, das 9h às 17h. Nos próximos dias, serão abertos novos pontos de vacinação através de parcerias com lojas de petshops e clínicas veterinárias. Campanha estava prevista para agosto, mas foi antecipada para reforçar os cuidados com a doença a partir da confirmação de um caso de raiva humana| Foto: Arquivo Agência Saúde

O animal doméstico deve ser vacinado a partir dos três meses e é necessário que a imunização seja reforçada anualmente. “A raiva é uma doença prevenível. Existe vacina e temos estoque para vacinar”, alerta o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos Martins.

Atualmente, estima-se que a população de cães e gatos em todo o Distrito Federal seja de 345.033, dos quais 308.419 são cães e 36.613, gatos. A expectativa é vacinar pelo menos 80% da população animal.

Transmissão

O vírus da raiva fica presente na saliva de animais infectados e é transmitido principalmente por meio de mordidas e arranhões ou de lambidas de mucosas e pele lesionada.

O diretor-substituto da Vigilância Ambiental, o médico veterinário Laurício Monteiro da Cruz, ressalta a importância de higienizar a área que pode ter sido contaminada. “Lavar a mão com água e sabão é uma medida extraordinária com a qual já se diminui muito a possibilidade de propagação do vírus”, explica.

Para se prevenir, além da vacina, é importante evitar mexer ou tocar em cães e gatos desconhecidos, sem donos, principalmente quando eles estiverem se alimentando, com cria ou dormindo.

O especialista acrescenta que, em caso de suspeita de raiva, é fundamental a comunicação para acompanhamento e análise. O contato com a Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde pode ser pelo telefone (61) 2017-1342 ou pelo Disque Saúde – 160 ou pelo e-mail: zoonosesdf@gmail.com.

  

Cuidados e tratamento

No caso de uma possível infecção, a pessoa deve ir a uma unidade de saúde o mais rapidamente possível para o primeiro atendimento. “Quem avalia é o profissional de saúde, que está amparado por um protocolo que vai verificar se o animal tem histórico de vacinação, se é agressivo, entre outros fatores”, informa o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano Martins.

O especialista explica que há duas possíveis medidas de tratamento com profilaxia antirrábica humana: a pré-exposição e a pós-exposição, depois de avaliação profissional.

A profilaxia pré-exposição deve ser indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da raiva, durante atividades ocupacionais exercidas por profissionais como veterinários. Já em caso de pós-exposição, devem ser avaliadas de acordo com as características do ferimento e do animal envolvido.

Confira neste link mais informações sobre a doença, inclusive as características para cada esquema, a lista de salas de vacinas, atendimentos em que se realiza e as unidades hospitalares na qual são feitas a aplicação de soro e imunoglobulina antirrábica humana.

 

Novo caso no DF

A Secretaria de Saúde confirmou nesta terça-feira (5) um paciente do sexo masculino de 15 a 19 anos infectado com raiva. Ele está em estado grave e segue em observação pela vigilância epidemiológica. O último caso de raiva humana no Distrito Federal havia sido registrado em 1978.

A doença é caracterizada por sintomas neurológicos em animais e seres humanos. O vírus multiplica-se no local da lesão, migra para o sistema nervoso e, a partir daí, para diferentes órgãos, principalmente para as glândulas salivares, sendo eliminado pela saliva.

O vírus circula em ambientes domésticos, como em cães e gatos; silvestres, como em raposas; aéreos, como em morcegos; e em rurais, como em cavalos e vacas.

 

Já as pessoas classificadas clinicamente (ou seja, por um médico), com risco de infecção pelo vírus da raiva por terem tido contato ou sido agredidas por animais suspeitos da doença, precisam iniciar o ciclo de vacinação em locais específicos.

A Secretaria de Saúde ressalta que a vacinação em humanos ocorre exclusivamente em casos indicados por orientação médica.