Preso estrangulador de idosa

Acusado de enforcar uma moradora da QE 30, de 79 anos, em dezembro do ano passado, foi localizado no interior de São Paulo, após uma caçada de sete meses por várias regiões do país

Após sete meses de uma verdadeira caçada por três estados, finalmente o homem acusado de matar a idosa Geralda Cândida do Nascimento, 79 anos, em dezembro do ano passado, na casa dela, na QE 30 do Guará II, foi preso no sábado passado, 30 de julho, numa praça da cidade de Ribeirão Preto (SP), por equipes da 4ª Delegacia de Polícia do Guará. José Paulo Trindade, 64 anos, estava sendo monitorada desde quando foi identificado como o responsável pelo crime e o cerco a ele se fechou nos últimos dias antes da prisão. Nesse período, José Paulo, que usava o nome falso de Ivilásio Rodrigues da Silva, se escondeu no Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo. Mesmo monitorado pela polícia, ele conseguia fugir dos cercos.
De acordo como delegado titular da 4ª DP, Anderson Espíndola, equipes da delegacia chegaram a ir quatro vezes ao Rio de Janeiro e São Paulo e várias vezes ao interior de Goiás, principalmente à cidade Acreúna, para tentar prendê-lo, a partir de informações do paradeiro do criminoso. “Nunca deixamos de procurá-lo desde o dia em que tivemos a certeza que ele era o assassino. Sabíamos por onde ele andava, mas faltava o detalhe da localização certa, até que conseguimos”, comemora o delegado.
José Paulo confessou o crime para os policiais e afirmou que enforcou a idosa depois que ela reagiu ao anúncio do assalto. “Provavelmente ela tenha tentado gritar por socorro, o que teria enfurecido o criminoso”, afirma o delegado.

Vários outros crimes

Foragido da Justiça de São Paulo, onde foi condenado a 12 anos de prisão por uma série de roubos e furtos, José Paulo Trindade foi identificado por investigadores da 4ª Delegacia de Polícia do Guará como o homem captado pelas câmeras de segurança entrando na casa de Geralda do Nascimento, que foi encontrada morta logo depois com um fio de eletricidade enrolado no pescoço.
O acusado estava foragido da polícia e da justiça de São Paulo desde 2015. Mesmo com extensa folha corrida de crimes, José Paulo Trindade não tinha anotação anterior de homicídio – o de dona Geralda teria sido o primeiro.
Em poder de José Paulo, a polícia recolheu cheques e jóias de vítimas de furtos e roubos de Goiás, onde ele também costumava praticar crimes.

José Paulo usava o nome falso de Ivilásio Rodrigues da Silva
Enforcada

Geralda Nascimento foi encontrada morta, com um fio de eletricidade envolto no pescoço, às 16h do dia 6 de dezembro, por uma das netas com quem morava no Conjunto A da QE 30. De acordo com as imagens das câmeras de segurança da rua, ela teria sido morta por volta de 14h15, quando o homem deixou a casa dela com uma mochila nas costas, possivelmente com o laptop de uma das netas.
Imagens de câmeras de outras quadras recebidas pela 4ª Delegacia de Polícia do Guará mostravam que José Paulo tentou entrar em outras casas na QE 36 e depois na QE 32 antes de ser recebido por dona Geralda.
Ele se apresentava nas casas como marceneiro, especializado em pequenas reformas de móveis e pequenos serviços. Antes, ele procurava se informar quem estava em casa. Se fosse criança ou idoso, ele dizia que um parente havia solicitado que ele fosse até lá executar um determinado serviço. Minutos antes de entrar na casa de dona Geralda, ele tentou aplicar o golpe numa empregada doméstica de uma casa vizinha, mas, desconfiada, ela não abriu a porta.

Fuga

A PCDF teve acesso às imagens do ônibus que José Paulo pegou ao sair da QE 30, onde cometeu o latrocínio, e desembarcou na QI 7, no Guará l. Ele tinha um corte na bochecha e na boca, provocado possivelmente por uma luta corporal com a vítima. Outra característica que ajudou na identificação do suspeito é que José Paulo mancava ao andar, em decorrência de uma artrose.
Logo após o crime, João pegou um ônibus e fugiu para Planaltina de Goiás, onde uma filha dele mora. Lá, ele trocou de roupa e fugiu. A PCDF apreendeu a camiseta usada por ele durante o latrocínio.
Recolhido à carceragem do Departamento de Polícia Especializada, José Paulo será encaminhado nos próximos à Penitenciária da Papuda, e vai responder pelos crimes de latrocínio, como agravante de ter sido uma idosa, roubo e pode ser condenado a até 30 anos de prisão, sem contar os crimes que responde em outras regiões do país.

 

Catequista pedófilo continua foragido

Outro crime emblemático para os guaraenses continua sem solução, porque o acusado permanece foragido. A descoberta de que um professor de Catequese numa igreja católica do Guará II teria aliciado e abusado de 26 crianças de 4 a 10 chocou os moradores da cidade e teve grande repercussão no país. Mas, quase três anos depois, José Antonio Silva, 49 anos, continua foragido e a polícia acredita que ele esteja morando no exterior. O nome do catequista pedófilo está incluído no Cadastro Nacional de Foragidos e na lista de difusão vermelha da Interpol, a polícia internacional, mas a polícia continua sem informações concretas sobre o paradeiro dele.
Os supostos abusos cometidos por José Antônio ficaram ocultos até maio de 2019, quando um dos sobrinhos do acusado, na época com 23 anos, resolveu procurar a polícia. Pai de um bebê, ele temeu que o crime se repetisse com o filho e denunciou o tio, considerado até então acima de qualquer suspeita. O sobrinho contou que teria sofrido abusos do tio dos 4 aos 8 anos. “Ele fez isso com todos os meninos da família. A psicopatia começou depois de uma certa idade. Um mais velho que eu e todos os mais novos também foram abusados”, contou.
Parentes desconfiaram
De acordo com a vítima, as crianças eram violentadas aos domingos, quando a família estava reunida. “Algo muito ruim de se recordar”, conta. O rapaz afirmou na época que decidiu denunciar o tio após uma comemoração do Dia das Mães na casa da avó. “Ele [José Antônio] foi dar a bênção ao meu bebê e aquilo me causou repulsa. Lembrei de tudo que ocorreu na minha infância e percebi, naquele momento, que eu tinha que fazer algo, caso contrário, aconteceria o mesmo com o meu filho”, relatou.
De acordo com o sobrinho, após juntar coragem para denunciar o tio, outros primos apoiaram a postura e fizeram o mesmo. José Antônio teria abusado de pelo menos 12 crianças do núcleo familiar, de acordo com as denúncias dos parentes à polícia.