Em vigor desde o dia 1º de agosto, a lei que proíbe a distribuição das sacolas plásticas pelo comércio do DF pode sofrer alterações já na próxima semana. A Câmara Legislativa vai apreciar um projeto de lei da deputada distrital Júlia Lucy (União Brasil) que propõe a troca da proibição simples da sacola plástica pela exigência do uso de das sacolas recicladas, ou seja, que sejam produzidas a partir de matéria-prima já utilizada em outros produtos.
Para a deputada, a proibição não resolve o problema da poluição do meio ambiente, “porque as pessoas vão continuar comprando sacolas plásticas para o descarte do lixo caseiro. É trocar seis por meia dúzia”, ironiza. Ela reclama que a lei aprovada pela Câmara Legislativa, de autoria do deputado distrital Leandro Grass (Rede), cria um problema muito maior, ao tirar o sustento de milhares de catadores de lixo e do mercado da compra desse material. “Essas pessoas não tem qualificação para se inserir no mercado de trabalho e nem há vagas para todas elas. A lei não discutiu essas consequências, não foi negociada com os meios atingidos e vai provocar mais estragos do que os benefícios ao meio ambiente”, afirma Júlia. “A ironia da lei é que o consumidor pode comprar um iogurte, um refrigerante e um queijo embalados em vasilhames plásticos, mas que não podem ser embalados em sacolas plásticas”, completa.
Júlia Lucy garante que o próprio governo deve também encaminhar um projeto de lei propondo novas alterações para flexibilizar a medida e que já há na Câmara Legislativa maioria de votos suficiente para aprovar as mudanças.
Júlia aposta no eleitor politizado
Agora candidata a deputada federal, Júlia Lucy, que foi eleita deputada distrital pelo Novo em 2018, aposta no voto do eleitor “que tem opinião independente, mais politizado, crítico da corrupção e das negociatas no meio político e que acredita numa mudança na política do `rouba mas faz”.
Mesmo com a desistência do aliado José Antonio Reguffe de concorrer ao Governo do Distrito Federal, Júlia acredita que sua candidatura pode caminhar sozinha. “Vou ter o voto de quem viu que fiz um trabalho diferenciado na Câmara Legislativa, sem conchavos, sem acordos de bastidores, em defesa do emprego e da geração de renda e dos interesses da população brasiliense. E também da mulher, que precisa de mais representantes no parlamento que defenda suas demandas”, enumera a deputada.