“Quero ouvir o morador e ser cobrado” – Artur Nogueira, novo administrador regional do Guará

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Ex-administrador regional de Riacho Fundo I por duas vezes e do Paranoá, Artur Nogueira está trazendo essa experiência administrativa para o Guará. Por ser uma cidade com outro tipo de demanda, mais consolidada em infraestrutura, o novo administrador regional promete priorizar a manutenção das áreas públicas, investindo na limpeza e na recuperação de praças e do asfalto. E promete ouvir as demandas da comunidade, através de visitas e até colocando seu contato telefônico pessoal à disposição dos moradores.
Embora não estivesse morando no Guará quando recebeu o convite do governador Ibaneis Rocha, de quem é conterrâneo e amigo de infância do Piauí, Arthur, 55 anos, conhece bem a cidade por ter morado e trabalhado aqui por 13 anos e para onde voltou a morar desde a semana passada, antes de assumir o cargo.
Nesta entrevista, ele conta da sua vida pessoal e seus projetos para a cidade

Você é de onde e por que veio para Brasília?
– Como a maioria dos nordestinos que vem para Brasília, vim em busca de trabalho e estudo melhores. E, por coincidência, vim direto para trabalhar no Guará, na empresa do meu cunhado Luiz Vicente Araujo (ele é irmão de Lourdinha Araújo, esposa do empresário, falecido em 2016 ), a Fiança, que tinha sede na QE 38, ao lado da via contorno do Guará II. Lá fiquei por 13 anos e também morando na cidade. Portanto, tenho uma ligação muito estreita com o Guará, que está sendo retomada agora.

Como se iniciou na vida pública?
Sou de uma família de políticos na minha cidade e no Piauí e por isso também sonhava em seguir a carreira política. Cheguei a me lançar candidato a deputado distrital em 2008, com o apoio do meu cunhado e da minha irmã, mas o meu partido não me deu o apoio necessário, e aí resolvi lançar a candidatura do meu sobrinho Christiano Araújo. Coordenei a campanha dele e com apenas 21 anos foi o segundo deputado distrital mais votado, atrás apenas de Paulo Tadeu e à frente inclusive de Reguffe. Depois, fui ser chefe de Gabinete dele na Câmara Legislativa porque naquela época não havia ainda a Lei do Nepotismo. De lá, fui trabalhar na Câmara dos Deputados e depois assumi a Administração Regional do Paranoá, no Governo Arruda, e depois a Administração do Riacho Fundo I, onde fiquei por duas gestões.

Você foi administrador regional na gestão de quatro governadores – Arruda, Wilson Lima (interino), Rogério Rosso (governador tampão) e Agnelo Queiroz e agora secretário de Relações Institucionais do governo Ibaneis. O que atribui esse trânsito e essa confiança de tantos governos?
Acho que pela minha força de trabalho e por não me envolver em questões políticas delicadas, e não tratar os adversários políticos como inimigos. Pra mim, os partidos são apenas siglas e não times adversários. Por isso, consigo manter as amizades e a confiança dos políticos. Mas faço isso de uma forma natural, é do meu perfil. Sempre fui assim.

Você falou em “força de trabalho”. Qual é seu estilo de gestão?
Sou de colocar a mão na massa, de ir para as ruas ouvir os moradores, ver os problemas in loco e tomar as decisões na hora. Passo mais tempo nas ruas do que no gabinete. E assim vou fazer na Administração do Guará. E comigo não tem cerimônia, quem me procurar será atendido. O meu contato pessoal está à disposição de qualquer morador a qualquer hora, desde que seja para tratar de assuntos da cidade. E quem for à Administração e eu estiver lá será recebido por mim.

Como se deu a sua indicação para a Administração do Guará? Foi apadrinhado por alguém?
Fui convidado diretamente pelo governador Ibaneis Rocha, de quem sou amigo de infância lá em Corrente (Piauí). Viemos juntos para Brasília e uma das minhas irmãs é casada com o tio dele, além de outras ligações familiares. Fui, inclusive, uma das primeiras pessoas a se engajar na campanha dele quando ele decidiu ser candidato a governador na primeira vez. E sempre estive ao lado dele, como amigo e confidente. E como ele sabia que eu havia morado no Guará, aliás, na mesma época em que ele também morou aqui, me convidou para administrar a cidade, o que aceitei com muita honra.

Fala-se que a sua indicação foi apadrinhada pelo deputado federal eleito Gilvan Máximo…
Esse apadrinhamento foi acertado entre nós três – eu, Ibaneis e Gilvan – no momento em que recebi o convite, na casa do governador. Eu participei diretamente da campanha do Gilvan a deputado federal e como ele precisava de um espaço no próximo governo, ficou acertado que ele iria apadrinhar o Guará.

Uma das críticas da comunidade é em relação aos apadrinhamentos anteriores, que engessaram as gestões dos administradores regionais e distanciaram a Administração Regional da comunidade. Não correremos esse mesmo risco agora?
De forma alguma. Como expliquei, foi apadrinhamento e não indicação, o que é bem diferente. O deputado Gilvan Máximo vai apenas nos ajudar, na indicação de emendas parlamentares por exemplo, mas sem interferir diretamente na minha gestão. E logicamente ele terá seu espaço na estrutura, com indicação de pessoas de sua confiança. Mas, vou prestar contas e me reportar diretamente ao governador Ibaneis Rocha.

Antes de assumir, você passou vários dias percorrendo a cidade para conhecer o que estava recebendo. O que viu e o que precisa melhorar?
Passei duas semanas circulando pela cidade. Conheci todos os buracos, mas fiquei impressionado e preocupado principalmente com a sujeira das áreas públicas. Não era para ser assim, por causa do nível socioeconômico dos moradores do Guará. E também fiquei preocupado com a situação das praças, a maioria bem deteriorada.

E como pretende combater esses problemas?
Vou buscar ajuda dos órgãos com mais estrutura, como a Novacap, o programa GDF Presente, enquanto procuro equipar melhor a Administração, e conscientizar os moradores da necessidade de manter seu quintal limpo. Quero transformar o Guará na cidade mais limpa e bem cuidada do Distrito Federal.

 

As administrações regionais dependem basicamente das emendas parlamentares para investimentos. Como vai buscar esses recursos?
Já há uma promessa do deputado Gilvan Máximo de destinar a maior parte de suas emendas do Orçamento da União a que ele tem direito (Cerca de R$ 32 milhões) para o Guará. Como também sou amigo da maioria dos deputados distritais eleitos, vou atrás deles em busca de emendas. Fui considerado o administrador regional mais “pidão”, porque ficava atrás pedindo emendas para minhas cidades. Vai ser assim também aqui. Já estou conversando inclusive com a nossa deputada distrital do Guará, Dayse Amarilio, para ela nos ajudar com suas emendas.