Guaraense é vice-campeão latino-americano de bicicross

Wellington Fernandes ficou em segundo lugar em duas categorias. Ele é considerado um dos maiores do país no bicicross

O guaraense Wellington Fernandes, 47 anos, foi o segundo colocado na Copa Latino-americana de Bicicross, realizada em Buenos Aires, no último final de semana, em duas categorias, Cruiser, 45 a 49 anos, e Expert, 35 anos ou +. Embora tenha sido a sua maior conquista internacional, vencer no bicicross não é novidade para Wellington, terceiro colocado no ranking nacional da modalidade. Em março, ela já havia sido vice-campeão da Copa Brasil, em Salvador.


Campeão brasileiro por 16 vezes, e brasiliense e do Centro Oeste por quantidades que ele mesmo perdeu as contas, Wellington Fernandes trava uma batalha permanente com os adversários e com a falta de apoio ao bicicross. Mesmo com tantos títulos e tanto destaque, ele reclama da falta de incentivo do governo e dos empresários ao esporte. Na maioria das vezes, arca do próprio bolso com os custos para competir, mesmo quando representa o Distrito Federal e o Brasil em competições nacionais e internacionais, como aconteceu na Copa Latino-americana de Buenos Aires. Ele chegou a recorrer ao programa Compete Brasília que apoia atletas em competições nacionais e internacionais, mas a Secretaria de Esporte e Lazer alegou que o pedido não foi feito dentro do prazo para a liberação dos recursos. “Nos últimos anos, o Brasil ficou entre os três melhores em competições de bicicross no exterior. Mesmo assim, recebe pouco apoio do governo e menos ainda da iniciativa privada”, lamenta.
Os custos para participar das competições saem do próprio bolso de Wellington, fruto do seu emprego no Sindicato dos Propagandistas de Produtos Farmacêuticos e de patrocínios pontuais.

Ídolo entre os praticantes

O bicicross é uma daqueles esportes que não tem muita visibilidade no Brasil. Se tivesse, Wellington Fernandes seria um ídolo brasiliense e até nacional, porque ele é, há mais de 35 anos, um dos principais destaques da modalidade aqui e no país. Mas, pelo menos ele é um ídolo entre os praticantes do bicicross.
E o bicicross não é um esporte barato e talvez esteja aí a explicação para ter no máximo 120 praticantes do esporte no DF que participam de competições oficiais – a quantidade foi reduzida durante a pandemia da Covid e está sendo retomando agora aos poucos. Um dos motivos desse reaquecimento é a escolinha de bicicross, ministrada pelo próprio Wellington, na pista do Cave, ao lado do Teatro de Arena, às segundas, quartas e Sextas, à noite, gratuita.
Uma bicicleta de competição custa no mínimo R$ 1 mil, mas pode chegar a R$ 20 mil. A bicicleta do próprio Wellington, em fibra de carbono, custou R$ 18 mil.
Por causa da idade, 47 anos completados nesta quarta-feira, 29 de março, Wellington compete nas categorias Expert (35 anos ou mais) e na Cruiser (45 a 49 anos), mas já foi campeão em quase todas as outras categorias.

Paixão à primeira vista

O amor dele pelo bicicross começou por acaso. Ao assistir uma prova na 410 Sul, quando tinha 10 anos, se interessou pelo que viu e na segunda-feira já estava praticando. Não parou mais. Atualmente, ele treina três vezes por semana, cerca de 3 horas por dia, na pista de bicicross do Cave, uma das três existentes no Distrito Federal – as outras são em Sobradinho e em Santa Maria. Foi Wellington, aliás, quem incentivou o governo a construir a pista do Guará.
A paixão dele pelo bicicross foi transmitida para o enteado Juliano Filho, de 23 anos, um dos destaques da nova geração brasiliense, e o filho de 9 anos, que também compete.