Clínica do Guará se especializa no diagnóstico da dengue

Médica da família garante que o exame clínico pode comprovar a doença com mais segurança, sem necessidade de procurar incialmente unidades de saúde, que estão com demanda excessiva

Na semana passada, o governador Ibaneis Rocha informou que os hospitais da rede pública e também a rede privada haviam entrado em “colapso” por causa do aumento da incidência na dengue no Distrito Federal. Isso quer dizer que a capacidade de atendimento aos pacientes com sintomas tinha chegado ao limite, porque as unidades de saúde não tinham mais vagas disponíveis para internações e tratamento e a espera estava crescendo. O pior, segundo ele, é que a doença não havia chegado ao seu pico, previsto para março, de acordo com a secretária de saúde Lucilene Lourenço.
Na imprensa, aumentam os relatos de pacientes que chegam a aguardar o atendimento, desde os primeiros sintomas, até por 4 horas, tanto na rede pública como na particular. Por causa dessa demora, muitos acabam desistindo e retornam para casa, correndo o risco da doença piorar e de preservação da própria vida.

Segundo Cíntia, dengue pode ser diagnosticada com exame clínico

Entretanto, o que poucos sabem é que esse primeiro diagnóstico pode ser feito em clínicas particulares e apenas com o exame clínico, aquele em que o médico verifica os sintomas e faz alguns procedimentos simples antes mesmo dos exames laboratoriais. Para quem mora no Guará, essa consulta pode ser feita na Clinimédicos, uma clínica de baixo custo localizada na QE 40, ao lado da agência da Caixa Econômica Federal, pela médica de família Cíntia Aquino, estudiosa da dengue. A médica garante que o exame clínico é até mais seguro do que os exames laboratoriais nos primeiros diagnósticos da doença. “O exame laboratorial pode dar o que chamamos de “falso negativo”, quando a doença ainda não se pronunciou, mas está no organismo. Entretanto, é possível o médico experiente analisar alguns sintomas e comprovar ou não se o paciente está contaminado e solicitar exames laboratoriais para comprovação da doença”, afirma.
Ela alerta que o paciente não necessariamente precisa ter todos os sintomas da dengue, porque podem variar de acordo com a resistência do organismo. “Mas alguns são primordiais, como febre, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e prostração”, explica Cíntia. Mas, segundo ela, isso não é suficiente. Ela conta que o médico tem condições de prever a doença com a chamada “prova do laço”, que consiste na colocação do aparelho de pressão por 3 minutos inflado, e em seguida fazer um quadrado imaginário no braço e, se surgiram manchas avermelhadas, é sinal que o sangue está alterado. Neste caso, o médico solicita exames laboratoriais para comprovação e para verificação das plaquetas, que, quando alcançam o nível de 50 mil ou menos, há necessidade de internação. A situação piora com fortes dores abdominais, nas articulações, algum tipo de sangramento na mucosa ou gengiva, queda de pressão e prostração intensa, quando há o risco da dengue hemorrágica.

Alerta de riscos e acompanhamento
“Desde a primeira consulta, a partir desses níveis, deixamos o paciente com sinal de alerta para procurar emergência, ao mesmo tempo em que iniciamos o tratamento à base de líquidos e medicamentos para amenizar as dores e enjoo”, diz ela. Cíntia alerta ainda que a dengue é muito imprevisível e os sintomas podem variar muito rápido. “Na semana passada, recebi um paciente com 81 anos, que os exames laboratoriais indicavam índice de 149 mil e outro exame 48 horas depois as plaquetas já estavam em 12 mil. Imediatamente liguei pra ele e o orientei a procurar um atendimento numa unidade de saúde para internação, com urgência”.
Por causa dessa instabilidade, a médica afirma que é importante o acompanhamento do paciente após a consulta em que há diagnóstico da doença. “No nosso caso, continuamos com esse acompanhamento através dos exames a cada 48 horas e as orientações para a hidratação”.
Cintia Aquino explica que qualquer pessoa pode pegar a dengue se for picada pelo mosquito transmissor, mas as mais susceptíveis são os idosos, portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, gestantes e crianças menores de 2 anos, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.