Com a proposta de descentralizar as ações da Ordem dos Advogados do Distrito Federal, o candidato à presidência nas eleições da entidade Guilherme Campelo está compondo sua chapa com profissionais que morem e atuem fora do eixo Plano Piloto/Lagos Sul e Norte. A proposta de Campelo é oferecer melhores condições de trabalho a esses advogados e fortalecer as subseções das regiões administrativas que, segundo ele, foram em parte ignoradas pelas últimas gestões da OAB/DF.
Guilherme Campelo, que é filho de Estênio Campelo, um dos mais influentes advogados do DF, e sobrinho do ministro aposentado do Tribunal de Contas da União, Valmir Campelo Bezerra, aposta suas fichas também nos efeitos da polarização entre os grupos liderados pelo presidente da OAB/DF, Délio Lins e Silva, candidato à reeleição, e o do governador e ex-presidente da entidade, Ibaneis Rocha, representado pela candidato Thais Riedel, para conseguir os votos necessários para se eleger. Além da estratégia de conquistar os descontentes com os dois grupos e na proposta de ampliação da base da pirâmide da ordem, Campelo, 36 anos, tenta conquistar também o voto dos advogados mais jovens, cansados, segundo ele, das gestões centralizadoras e pouco transparentes que dominam a OAB/DF por várias décadas.
Leonardo Rangel
E nessa busca do eleitorado mais novo, Campelo compõe sua chapa com outros candidatos jovens e fora do eixo do poder, como é o caso do guaraense Leonardo Rangel, 39 anos, candidato a secretário. “Desde quando me foi apresentado pelo meu amigo e ex-administrador do Guará, José Orlando de Carvalho, percebi em Leonardo Rangel uma força de trabalho que se enquadra em nossa proposta de a mudar a OAB, além dele representar uma das mais importantes regiões do DF”, afirma Campelo.
Inicialmente, Leonardo Rangel estava sendo cogitado para ser o candidato a vice-presidente na chapa, mas, segundo Campelo, a opção pelo cargo de secretário se enquadra melhor no perfil do guaraense. “Como secretário, ele vai poder percorrer as subseções e conhecer de perto as demandas dos advogados de todo o Distrito Federal”, explica.
Animado com o convite para integrar a chapa, Rangel promete, caso seja eleito, ajudar a buscar meios para fortalecer a classe, principalmente os profissionais que mais sofreram com a crise provocada pela pandemia do coronavírus. “É impressionante a quantidade de pequenos escritórios de advocacia que fecharam com a crise, sem contar a quantidade de advogados avulsos que praticamente ficaram sem trabalho. Enquanto isso, a OAB/DF esbanja em gastos desnecessários, como a instalação da subseção do Guará pagando um aluguel de R$ 15 mil para atender menos de 500 filiados”, critica, lembrando que a manutenção da subseção da cidade é necessária, mas, segundo ele, poderia ser a um custo bem menor.