Com obras de Adriana Vignoli, Helena Lopes, Lino Valente, Matias Mesquita e Zuleika de Souza, o Casapark dá início à Coleção Casapark de Arte Contemporânea | Múltiplos. Com curadoria do historiador da arte Carlos Silva, a coleção tem como objetivo valorizar e dar visibilidade à produção artística contemporânea brasileira e, em especial, à de Brasília. Busca ainda resgatar a importância da ação ativa de instituições como agentes de estímulo, investimento e transformação direta para a melhoria da cadeia produtiva local das artes visuais.
As obras, múltiplos de tiragem limitada e produzidas em diversas linguagens, foram adquiridas dos artistas pelo Casapark. A seleção, de acordo com o curador Carlos Silva, “foi realizada a partir de um mapeamento de eixos de força conceitual, concentrados em torno de uma ideia geral de paisagem, de lugar, de mobilidade e de acolhimento”. Para a seleção dos artistas, deu-se prioridade a artistas vivos e representativos da pesquisa e da articulação entre as linguagens visuais e as gerações contemporâneas. “Essas escolhas priorizam a tentativa de construir um primeiro panorama sobre a criação em arte contemporânea em Brasília, do ponto de vista físico e colecionista. Por isso, a organização e as escolhas do projeto estão focadas nos circuitos de linguagem e de mercado característicos de Brasília. Trata-se de um mapeamento inicial local”, afirma o curador Carlos Silva.
A designação Múltiplos dentro da Coleção Casapark de Arte Contemporânea indica que nesta primeira parte da construção do acervo os artistas produzirão edições numeradas, que serão impressas em fine art, com pigmento mineral sobre papel de algodão museológico, com tiragem limitada a 80 exemplares.
A primeira obra a ser publicada é da gravurista, desenhista e pintora Helena Lopes. Segundo o curador da Coleção, a obra da artista plasma a imagem da memória numa vivência transformadora. Assim, o lugar dá passagem à lembrança atualizada numa criação de formas, cores, sequências, ritmos de uma composição comprometida com o aqui e o agora do lugar da artista, num acolhimento sensível de uma passagem do tempo. Uma celebração do aqui e do agora.
As obras serão presenteadas a arquitetos e designers de interiores parceiros dos lojistas do Casapark, sendo que um exemplar de cada obra fará parte do acervo físico de arte contemporânea do Casapark.
Sobre os artistas da coleção
Adriana Vignoli (1981) vive e trabalha em Brasília. Sua pesquisa envolve fotografia, desenho e escultura. Seu processo criativo parte da construção de objetos geométricos dispostos no espaço em estruturas de tensão e equilíbrio. Ela propõe obras que têm vida própria e se modificam lenta e continuamente. Interessa a ela provocar o observador a experimentar o tempo como um fluxo contínuo, indissociável em passado, presente e futuro. Em 2021, Adriana Vignoli participa da Residência Artística Internacional no Pivô em São Paulo. Em 2020 foi selecionada para integrar a Residência Artística Internacional no Hangar em Lisboa, Portugal, e recebeu o Prêmio Nacional de Exposições do TCU em Brasília. Em 2019, participou de uma exposição coletiva internacional na Fundación Klemm, Buenos Aires. Em 2016, foi artista indicada para o Prêmio PIPA. Recebeu o Prêmio Nacional da FUNARTE de Arte Contemporânea, 2015. Entre 2013 e 2014, expôs na Nassauischer Kunstverein de Wiesbaden e na Hochschule für Bildende Künste Dresden.
Gravurista, desenhista, pintora, Helena Lopes está sempre aberta a experimentos com materiais e formas que geram magníficas texturas e volumes. Tecidos, tintas e fios são materiais presentes em sua obra, que faz parte de importantes acervos em São Paulo, Santa Catarina, Brasília e Essex, Grã-Bretanha. Em 1984, esteve na Faculdade de Artes de Brasília e, desde então, participou de exposições em Buenos Aires, Lisboa e Colchester. Helena Lopes mora em Brasília desde 1974, e é fundadora e curadora do Atelier Helena Lopes, um espaço de vivências presenciais e remotas para artistas e interessados em arte em geral.
Lino Valente é artista visual ligado a tecnologias e sistemas multimídias. Tem formação livre em audiovisual, é filmmaker e atua como professor. Sua poética funde fotografia e vídeo como linguagens híbridas e expandidas em vivências perceptivas propositoras de novas micronarrativas visuais de um cotidiano imaginário que irrompe nos dias atuais e ganha lugar no conjunto de sua obra.
Matias Mesquita graduou-se em Desenho Industrial / Comunicação Visual pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) em 1998. Em 2009 passa a frequentar a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, iniciando de fato sua carreira como artista plástico. Desde 2011, participa de exposições coletivas em locais como Rio de Janeiro, São Paulo, Pará e Phoenix / EUA. Com exposições individuais n’A Gentil Carioca (RJ), na Zipper Galeria (SP), na Referência Galeria de Arte (DF) e na Matias Brotas Arte Contemporânea (ES). Sua produção está no acervo de museus do Brasil como o Museu Nacional de Belas Artes (RJ), o MAR – Museu de Arte do Rio (RJ) e o Museu Nacional da República (DF). Mora em Brasília desde 2013, onde foi cofundador do Elefante Centro Cultural, espaço de arte autônomo de Brasília que encerrou suas atividades em 2019.
Zuleika de Souza nasceu em Brasília em 1963 e é repórter fotográfica desde 1982, trabalhou e colaborou para as principais revistas e jornais brasileiros, sendo o maior tempo 25 anos no Jornal Correio Braziliense, onde colaborou semanalmente com a Revista do Correio e assinava a coluna Photo & Grafia. Atualmente atua como fotógrafa independente e administra o espaço dedicado à fotografia Plano Imaginário. Zuleika tem uma forte ligação com o urbanismo da capital e fotografa sistematicamente a arquitetura popular do Distrito Federal. Entre as exposições individuais que realizou estão: “Deusas”, Teatro Nacional – 2001; “Um olhar na Moda”, ParkShopping – 2005; “Chão de Flores”, CCBB Brasília – 2015; “W3 – Divergentes Brasílias”, Espaço Cultural Renato Russo – 2018; “Jardinagens do Devaneio”, Galeria Cobogó – 2018. Foi curadora da mostra “1+1=14”, Galeria Casa, 2018. Produtora da Convocatória Fotografia na Pandemia do Plano Imaginário.
Sobre o curador da coleção
Nasceu em 1963 em Barretos (SP). Vive e trabalha em Brasília desde 1982. Atua como artista visual, historiador, mestre em arte, especialista em psicologia e educação, professor, curador independente, crítico, coordenador de cursos livres e programas educativos em artes visuais, diretor de galeria, consultor, diretor de criação. Foi membro do Conselho de Cultura do DF e professor do Departamento de Artes da UnB. Como curador e assistente, assinou “suspensões”, “a seco”, “fora do lugar” e “100 anos de Athos Bulcão”. Participa de exposições individuais e coletivas. Atua na interface entre arte, história, literatura, psicanálise e filosofia. Publica textos técnicos e poéticos com frequência.