O sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) David Ricardo Lima Nunes, 41 anos, se envolveu em uma briga generalizada na noite de sexta-feira (23 de setembro), no bar Villa Butiquim, em Samambaia Sul, nesse dia, ele foi flagrado agredindo duas mulheres. Apenas nos sete primeiros meses deste ano, foram identificados 9.081 autores de ocorrências relacionadas à Lei Maria da Penha no Distrito Federal. Deste total, em 85,21% dos casos a motivação foi o sentimento de posse ou ciúme. De março de 2015 a julho de 2022, 70,8% das vítimas não haviam registrado ocorrências anteriores de violência doméstica.
Esses dados são da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. “A tendência é crescer. Se não agirmos rapidamente, com políticas públicas mais efetivas e imediatas, mais e mais mulheres vão passar por alguma situação semelhante”, destaca a fundadora do Instituto Reciclando o Futuro, que atua pela proteção e pela capacitação profissional feminina. “Precisamos de ações, campanhas e projetos voltados à proteção desse público”, argumenta Renata que, além da atuação institucional, é candidata a deputada distrital. “Esses casos se combatem com atendimento especializado, acolhimento e proteção”, argumenta.
Em julho de 2021, Simone Nogueira foi morta pelo marido. A vítima era assistida pelo Reciclando o Futuro. “O Reciclando viveu uma situação bem triste. Perdemos uma das moças que atendíamos. Essa saudade e esse sentimento de dor vão ficar eternamente em nossos corações”, conta Renata d’Aguiar. Simone foi morta enquanto segurava o neto no colo. “A criança ficou coberta de sangue, mas passa bem. Além de agredir Simone, o assassino também abusava de sua filha e, com ela, teve dois filhos”, relata.
Denuncie
A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita pelo 190 da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na Central de Atendimento da Mulher pelo 180 ou na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que funciona 24h.
A Campanha Sinal Vermelho é outra forma de denunciar uma situação de violência sem precisar usar palavras. A vítima pode ir a uma farmácia ou supermercado participante da ação e mostrar um X vermelho desenhado em uma das suas mãos ou em um papel.
Esses relatos têm resultado efetivo, mas precisam melhorar. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), de 2015 até 31 de julho de 2022, foram identificados 143 autores de feminicídio na capital federal. Segundo dados do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), a Corte concedeu, até maio deste ano, 5.216 medidas protetivas de urgência, total ou parcialmente.